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Quarta - 20 de Junho de 2007 às 15:32
Por: José Ribamar Trindade

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A Polícia começa a se impressionar com a grande quantidade de usuários de drogas executados a tiros sem Cuiabá e Várzea Grande nos últimos anos. De cada dez vítimas de assassinato, pelo menos oito estão envolvidas diretamente com o uso ou com o tráfico de drogas. No ano de 2004 os números de execuções caíram em relação aos anos 2000 até 2003, mas nos últimos dois anos e seis meses os números de execuções de pessoas envolvidas com droga voltaram a subir assustadoramente. Como no passado, também voltou a “lei do silêncio”, que preocupa e prejudica as investigações policiais.

“São execuções sumárias mesmo”, afirmou o delegado Henrique Meneguello, da equipe de investigações da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP). O delegado se referiu ao assassinado de Josemar Rodrigues da Costa, de 21 anos, usuário de pasta base de cocaína.

Josemar estava andando por uma das ruas do Jardim Brasil, nos fundos do bairro Morada da Serra (CPA-4) em Cuiabá, quando foi executado com pelo menos seis tiros, dois deles na cabeça, matando-o na hora.

Conta o delegado Meneguello, que Josemar foi surpreendido por trás por dois homens em uma moto. Os dois pararam e começaram a atirar contra o jovem, que ainda tentou correr, mas só conseguiu caminhar alguns passos e caiu morto.

LEI DO SILÊNCIO

O final dos anos 90 e no início dos anos 2000, até o ano de 2003, foram marcados por centenas de execuções sumárias em Cuiabá e Várzea Grande. Em mais de 90% dos assassinatos, investigadores da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) batiam de frente com a “lei do silêncio”.

A maioria das execuções acontecia à noite e pela madrugada. Ninguém via nada. As pessoas alegavam que só ouviam os tiros e nada mais. No dia seguinte os corpos apareciam crivados de bala e poucos homicídios tinham suas autorias desconhecidas.

Como sempre, as vítimas estavam envolvidas em uso de drogas, ou com tráfico de entorpecetes, usadas como "aviões" - pessoas que trabalham para traficantes de maior porte e recebem como pagamento, pequenos porções de drogas para usar.

No ano de 2004 as coisas começaram a mudar, com os crimes de homicídio caindo mais de 40%. A maioria dos casos começou a ser revolvido no local por investigadores da DHPP ou pela Polícia Militar com a ajuda de testemunhas.

Além de diminuir os números de assassinatos, a Polícia ainda aumentou os números de prisões e identificação de autores de homicídios em mais de 85%.

Nos anos de 2005 e até agora, a Polícia continuou o ritmo de prisões e identificações de autores de assassinatos, mas também se surprrendeu com o aumentou a “lei do silêncio”. Ou seja, também voltaram as dificuldades para se prender e identificar os assassinos.

Hoje, como nos anos 90, no entanto, a maioria das vítimas executadas continuam sendo os usuários e os "aviões", além de pessoas que compram droga para revender, mas que acabam usando. Semk dinheiro para saldar suas dívidas com as "bocas", essas pessoas cabam tendo a sentetença decretada: a pena de morte.





Fonte: 24HorasNews

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