Justiça define até terça se Elói Marchett pode ou não ficar em liberdade
Para a Polícia Federal, o empresário, que toca seus negócios em Rondonópolis, cidade distante 220 quilômetros de Cuiabá, é um foragido. Ele, segundo informação do advogado, viajou para o Rio Grande do Sul.
A Justiça Federal decretou contra Elói Marchett, dia 11, segunda-feira, prisão provisória, por ele estar supostamente ligado a uma quadrilha que contrabandeava armas, agrotóxicos e ainda mexia com lavagem de dinheiro.
A denúncia que recai sobre Marchett diz que ele negociava defensivos agrícolas com o bando. Ao todo, a Polícia Federal prendeu 16 pessoas. Outras duas estão foragidas, uma delas, Elói Marchett.
O advogado Eduardo Braga Filho está em Campo Grande, de onde falou ontem à noite por telefone com o MidiaNews.
O advogado disse que entrou com a medida para garantir a liberdade de seu cliente e, se isso não der certo, ele produzirá um habeas corpus em favor de Marchett a ser protocolado no Tribunal Regional Federal, em São Paulo.
Ele sustenta que “não deixou Marchett se entregar” sob o argumento de não conhecer o teor das denúncias. “Seria uma arapuca eu fazer isso [levar o cliente à Polícia Federal]”.
O defensor disse que a Polícia Federal tem cerceado o direito de defesa. “Precisaria pegar e ler os documentos que narram a denúncia e saber por que decretaram a prisão de meu cliente”, disse.
Braga Filho informou ainda que entrou também com pedido de liberdade provisória do empregado de Marchett, José Iristene Cláudio, o Íris, capturado na segunda-feira passada. Íris já prestou depoimento e negou envolvimento com a quadrilha. Mas tem sido mantido preso. A provisória contra Íris expira neste sábado. A Polícia Federal não informou se vai pedir mais prazo nas prisões.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Federal em Mato Grosso diz uma outra versão. Informou à reportagem que o delegado que cuida do caso, que ficou conhecido como “operação orfeu”, Bráulio Galloni, tem mostrado os papéis “a todos” os advogados que o procuram.
O contrabando
Investigadores da Polícia Federal que sondavam a quadrilha há seis meses informaram que o agrotóxico era trazido da China, passava pelo Paraguai e seguia para alguns estados brasileiros, Mato Grosso um deles, onde era comercializado nas cidades de Rondonópolis e Primavera do Leste.
Uma empresa de Marchett, a Sementes Carolina, com sede em Rondonópolis, seria uma forte negociante do produto vindo para o Brasil de modo ilegal.
A quadrilha seria chefiada por uma família turca que mora em Mundo Novo, cidade sul-mato-grossense que faz divisa com o Paraná, perto da fronteira com o Paraguai. O bando, segundo cálculos da PF, arrecadaria meio milhão de reais por mês.
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