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Agronegócios
Sexta - 15 de Junho de 2007 às 10:47

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A rentabilidade do milho tanto na primeira quanto na segunda safra está mais alta este ano que na temporada anterior. Segundo levantamento da AgraFNP, a margem do produto foi até cinco vezes maior que a registrada em 2006 na colheita de verão e na safrinha, saiu do negativo para o positivo. Os preços mais altos e os custos inferiores explicam esta diferença. A lucratividade maior ocorre em um ano em que o Brasil vai colher a sua maior safra da história: 50,6 milhões de toneladas de milho.

A primeira safra - cuja colheita já foi encerrada e a comercialização chega a 60% - é que com maior rentabilidade tanto no Centro-Oeste quanto no Sul do País. No Paraná, para uma produtividade média de 7 toneladas por hectare, a rentabilidade média foi de 30,7% ante aos 5,4% no mesmo período do ano passado. Em Goiás chegou a 16,9% para -13.1% na safra 2005/06. "Os custos menores, o preço maior e a excelente produtividade garantiram este aumento", explica Fábio Turquino Barros, analista da AgraFNP. Mesmo em lavouras com produti-vidade menor e tecnologia média empregada as margens foram positivas.

Na comparação entre a atual safra e a passada, os custos de produção caíram 9,8% no Paraná e 8,5% em Goiás. No mesmo período, o preço do cereal aumentou entre 15% e 20% nestes estados.

Para a segunda safra, as estimativas da consultoria também são de rentabilidade maiores. No Sul, a margem passa de - 6,2% para 26,2%, para uma lavoura com produtividade média de 4,4 toneladas por hectare. No Centro-Oeste, considerando a mesma tecnologia empregada, o produtor saiu do prejuízo para o "empate técnico": - 60% para 0,3%.

Barros explica que tradicionalmente a rentabilidade da safrinha é menor que a da colheita de verão porque o emprego de tecnologia é menor e, conseqüentemente, a produtividade média também é inferior.

Os cálculos da AgraFNP consideram custos 3,5% menores no Sul e 9,2% no Centro-Oeste e preços, respectivamente, 19,7% e 45,6% superiores.

Apenas na segunda safra, com tecnologia média, em Mato Grosso, ocorre rentabilidade negativa. Mesmo assim, inferior à verificada no mesmo período do ano passado. Quando o parâmetro é uma colheita de três toneladas por hectare, a margem fica em - 10,6% ante aos - 78% de 2006. Barros explica que o Centro-Oeste tem uma rentabilidade menor que a do Sul devido à logística.

Apoio governamental

Nos estados do Centro-Oeste, atualmente, os preços estão abaixo dos custo de produção e com isso, o governo anunciou intervenção, com a realização de leilões de prêmios de escoamento. Serão destinados R$ 350 milhões para movimentar 4,7 milhões de toneladas de milho, incluindo a Bahia. Serão 12 leilões até setembro.

Colheita

Segundo estimativas da consultoria, a colheita da segunda safra está em cerca de 10% na média brasileira - mais avançada no Paraná, onde o índice é de 18%. A previsão é de que possa ocorrer perdas em algumas regiões devido a adversidades climáticas. No Paraná, as geadas podem comprometer entre 10% a 15% da safra - estimada em 5,2 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em Goiás, cuja previsão era de uma colheita de 859,3 mil toneladas, acredita-se em um comprometimento de até 20% das lavouras.

Em Mato Grosso, pela avaliação da AgRural, cerca de 10% da área plantada foi afetada pelo clima. Os estados do Centro-Oeste verificaram ocorrência de estiagem antecipada.





Fonte: Clube do Fazendeiro

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