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Polícia Brasil
Quarta - 06 de Junho de 2007 às 16:49
Por: Aldair Santos

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Policiais Militares do Comando Regional VII de Tangará da Serra e Diamantino vasculham a região de São José do Rio Claro (a 315 quilômetros de Cuiabá) em busca da quadrilha que assaltou uma agência do Banco do Brasil hoje pela manhã no município. Policiais civis de São José do Rio Claro, Nova Mutum, Diamantino e Arenápolis também ajudam nas investigações. O objetivo da polícia é localizar os assaltantes antes do anoitecer, quando as buscas ficam mais difíceis.

O helicóptero do CIOpAer (Polícia Militar) também está na região ajudando no cerco. Até o momento ninguém foi preso, mas o policial militar e dois agentes carcerários da Polícia Civil levados reféns já foram libertados. Eles não sofreram ferimentos e passam bem. De acordo com a polícia, quatro homens participaram do assalto. Eles utilizaram armas como fuzis e pistolas.

Um dos policiais que participa do cerco aos bandidos falou há pouco com a reportagem do RMT Online. Ele afirmou que a polícia trabalha com a hipótese de fuga pelo rio Arinos – um dos mais extensos da amazônia mato-grossense. Logo após o assalto, por volta das 9h, os assaltantes empreenderam fuga por uma rodovia estadual, sem pavimentação, com destino à cidade de Campo Novo do Parecis (localizada na mesma região, a 290 quilômetros de Cuiabá). No caminho, próximo à ponte do rio Claro (afluente do rio Arinos) eles libertaram os reféns e pouco tempo depois abandonaram e incendiaram dois veículos: uma picape Saveiro e um Gol.

A partir deste momento a polícia acredita que eles fugiram pelo rio Arinos. “Estamos vasculhando toda a região, mas as possibilidades de esconderijo são muitas. Além da mata virgem que ocupa grande parte desta região, há dezenas de pequenas ilhas e vários barcos pesqueiros que atuam na região. Eles podem estar escondidos em um desses locais. Se não conseguirmos nenhuma pista até o anoitecer, ficará muito difícil encontrá-los depois”, disse o policial.

O rio Arinos corta sete grandes municípios mato-grossenses. Ele nasce na região de Nova Mutum, médio-norte de Mato Grosso, e segue rumo à divisa entre os estados do Pará e Amazonas, cortando os municípios de São José do Rio Claro, Nova Maringá, Tapurah, Porto dos Gaúchos, Brasnorte e Juara, desaguando em um dos maiores rios da região, o Juruena.

No médio-norte a região é tomada por algumas fazendas de soja. Já na região norte há fazendas de criação de gado, mas grande parte da área é tomada pela floresta amazônica.

Um dos assessores da Prefeitura Municipal de São José do Rio Claro contou que apesar do susto, aos poucos os moradores voltam à rotina. Em 2005 bandidos invadiram a cidade e além de assaltar a mesma agência bancária, também atacaram várias lojas da cidade (ação chamada de arrastão pelos moradores).

Segurança

Desde o ano passado, o prefeito de São José do Rio Claro, Massao Watanabe, tenta junto à Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) aumentar o efetivo das polícias Civil e Militar no município.

Atualmente, de acordo com o prefeito, a PM do município conta apenas com um sargento e cinco policiais, sendo que dois deles prestam serviços fixos junto ao Fórum. A PM ainda é responsável pela segurança do município de Nova Maringá e do distrito de Brianorte. Na Delegacia Municipal de Polícia Judiciária Civil o efetivo conta apenas com dois policiais.

No ano passado a prefeitura enviou três ofícios ao secretário de Estado de Segurança Pública, comandante geral da PM de Mato Grosso e major PM Judson Ferreira Farias. Os ofícios explicavam a realidade dos policiais do município e de como o número do contingente era insuficiente para garantir segurança na região.

Em janeiro de 2007, o Executivo voltou a solicitar que alguma atitude fosse tomada em relação ao serviço de segurança pública na região. A juíza da comarca, Melissa de Lima Araújo, também reforçou os pedidos, explicando ao secretário de Segurança Pública que muito embora São José do Rio Claro fosse uma cidade pacata, muitos crimes contra o patrimônio eram cometidos, além de diversos outros. A juíza também ressaltou que o efetivo da cidade ainda atendia a cidade de Nova Maringá e o distrito de Brianorte. A Câmara de Vereadores também encaminhou as mesmas solicitações.

Em resposta enviada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que São José do Rio Claro possui o contingente mínimo necessário, assim como outros municípios, e que devido à própria falta de recomposição do quadro de policiais do Estado, seria impossível atender a solicitação do prefeito.

O assalto

O assalto ocorreu hoje, por volta das 9h. Os bandidos invadiram o banco, renderam clientes e fizeram sete funcionários reféns. Em seguida roubaram o dinheiro e fugiram levando um policial e dois agentes carcerários reféns. Na primeira fase da fuga eles usaram a própria viatura da Polícia Militar. Em seguida, dispararam contra o motor do automóvel e fugiram em outros dois veículos, incendiados após a libertação dos reféns.

De acordo com informações da Polícia Militar, os assaltantes, armados e em maior número, teriam rendido os policiais, que serviram como escudo para a fuga. Alguns tiros foram disparados pelos bandidos durante a fuga para evitar que fossem perseguidos, mas ninguém ficou ferido.





Fonte: RMT-Online

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