Dossiê entregue por Rabelo não influiu na queda do comando da PM, diz Maggi
O parlamentar entregou um dossiê ao governador cujo conteúdo, segundo Rabelo, sustenta que a Polícia Federal investiga o coronel por suposto envolvimento com quadrilha ligadas a tráfico de carros e tráfico de drogas.
Maggi disse que vai trocar o comando porque soube que militares que cumpriram um mandado de busca e apreensão em um assentamento na região de Alto Boa Vista, localidade 1.059 quilômetros de Cuiabá usaram força física contra trabalhadores rurais.
O governador não confirmou ainda que o coronel Campos Filho será o substituto de Adaildon. Um conselho é quem vai indicar o nome do novo comandante da Polícia Militar mato-grossense.
O governador informou em coletiva à imprensa da Capital no final da manhã desta quarta-feira que enquanto esteve nos Estados Unidos o seu substituto, o vice-governador Silval Barbosa, do PMDB, recebeu denúncia de que policiais militares que agiram no assentamento teriam praticado abusos numa operação iniciada no dia 7 de abril.
A missão dos policiais era a de ir até o assentamento cumprir mandados de busca e apreensão de armas, drogas e equipamentos usados em desmatamentos, como motoserras. Não havia ordens para que os trabalhadores que ali estavam fossem despejados ou sofressem alguma repressão física.
Silval Barbosa, segundo Maggi, encaminhou a denúncia a Casa Militar e ao serviço de inteligência da Polícia Militar. Levantamento pronto, o abuso foi constatado e considerado grave.
Na segunda-feira, Maggi foi à região onde ocorrera a operação policial. Lá, conversando com os trabalhadores, o governador disse que ouviu dizer que os militares derrubaram barracos, espancaram e amarraram às pessoas ali habitam.
“Fiquei chateado com essa brutalidade, não admito isso”, disse o governador que teme agora que o caso chame a atenção de tribunais internacionais devido a ação sofrida pelos trabalhadores.
“Não estou culpando o comandante [Adaildon], mas acho que ele devia ter tomado uma atitude para dar exemplo. Exemplo se dá de cima para baixo. Se ele não sabia dessa ação, é porque perdeu o comando. Repudiei isso [a ação truculenta]”, disse o governador.
Além de Adaildon, Maggi afastou também o comandante da PM em Barra do Garças, Luiz Cláudio Monteiro da Silva e ainda os militares que agiram na operação. Eles serão investigados a partir de agora.
DENÚNCIA DE RABELO
Já quando questionado por jornalistas se ele havia afastado o comando devido a denúncia do deputado Rabelo, respondeu: “de jeito nenhum”.
O parlamentar peemedebista entregara um dossiê ao governador um relatório cujo conteúdo seria parte de uma investigação conduzida pela Polícia Federal. Rabelo informara que o coronel afastado teria envolvimento com grupos ligados a furtos de carros e tráfico de droga.
Maggi disse que buscou informações junto a Polícia Federal e, pelo menos até agora, a instituição nega que esteja apurando algo envolvido o coronel Adaildon.
“Dossiê tem em todo lugar, não podemos incriminar alguém só por isso. A Polícia Federal informou que não há investigação, mas ainda assim encaminhamos o caso ao Ministério Público e à corregedoria da Polícia Militar”, garantiu.
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