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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 12 de Maio de 2007 às 11:01

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A definição de que a Internet é um espaço sem fronteiras nunca foi levada tão a sério quanto pelo site israelense "lovedavka", que permite a pessoas portadoras de necessidades especiais encontrarem sua "alma gêmea" no mundo virtual.

Cerca de 7,5 mil deficientes físicos marcam encontros pela página criada há dois anos e meio pela israelense Efrat Eliahu, que se candou de ser rejeitada pelos homens sempre que confessava sua estranha doença pulmonar crônica. Eliahu conhece como ninguém as dificuldades por quais os portadores de necessidades especiais passam para encontrar um parceiro.

Após oito anos de relação e em meio aos preparativos para o seu casamento, a família de seu noivo conseguiu convencê-lo a terminar tudo por causa do diagnóstico da doença de Eliahu. "Sua família me disse que uma mulher de 22 anos só deveria ir ao hospital para dar à luz", disse.

Após a desilusão amorosa, Eliahu tentou a sorte em um site popular de encontros entre judeus, mas quando confessava sua doença, imperceptível fisicamente, os homens "saíam correndo", afirmou. Foi assim que, de decepção em decepção, nasceu o projeto, que agora é gratuito graças, sobretudo, ao apoio econômico do mesmo site de encontros no qual Eliahu se frustou em buscar um parceiro.

Ohad, cuja paralisia nas pernas o mantém preso a uma cadeira de rodas, e Adi, que sofre de uma crescente surdez, selaram, poucos meses depois, o primeiro dos sete casamentos já realizados por causa do site.

"A primeira vez que Ohad se levantou de sua cadeira foi em seu casamento. Vê-lo de pé sob a hupá (espécie de manto colocado sobre os noivos nos casamentos judeus para simbolizar sua futura família) com a ajuda de uma cadeira mecânica foi muito emocionante", diz Eliahu.

A criadora do site, que fez faculdade de Psicologia, disse que pessoas com graus de invalidez aparentemente muito desiguais podem se unir porque o mais importante é que compartilhem o sentimento de diferença.

Israel tem um elevado número de deficientes físicos por conseqüência do conflito com os palestinos e das seis guerras com países árabes em seus 59 anos de história. No site, os usuários podem optar por especificar sua incapacidade ou simplesmente por selecionar o ícone de uma flor roxa, caso sejam deficientes mentais, ou turquesa, caso tenham deficiências físicas.

Outro caso "emocionante" é o de uma mulher cuja ligeira paralisia em uma das mãos tinha afetado tanto a sua auto-estima que, diante de seus 38 anos, "nunca havia tido um encontro nem tinha a intenção de tentar" ter um, explica Eliahu. "Há duas semanas, ela se casou", acrescenta orgulhosa.

"No início, preocupava-me criar um site à parte para deficientes físicos, porque não queria que se sentissem como num gueto. Se, afinal de contas, pedimos igualdade, por que nos separar do resto?", questiona Eliahu, que agora tem um namorado, "mas não graças" ao seu site. Segundo a criadora da página, o projeto mudou "totalmente" a sua vida e a de muitas outras pessoas.

"Custou-me bastante tempo e inúmeras relações até eu me sentir orgulhosa do que sou", afirma Eliahu, que acrescenta: "Essa é a minha proposta: que não se envergonhem de sua invalidez e encontrem alguém com quem queiram compartilhar a vida".





Fonte: EFE

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