Familiares elogiam conclusão do inquérito da PF sobre o acidente

O presidente da Associação dos Familiares e Amigos das vítimas do acidente do Boeing da Gol, Jorge André Cavalcante, afirmou que o conclusão do inquérito pela Polícia Federal, nesta semana, com o indiciamento do piloto e co-piloto do Jato Legacy 600, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, irá ajudar as famílias em processos que estão movendo contra os norte-americanos tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Nos EUA, por exemplo, ele cita que familiares movem ação criminal para responsabilização dos pilotos e ação civil de indenização.

"O inquérito vem reforçar a tese que sempre levantamos, de que é preciso separar o tipo de responsabilidade. E sempre soubemos que os pilotos eram os maiores culpados. O acidente foi uma sucessão de erros, mas o principal erro foi dos pilotos, erros primários que se fossem experientes não teriam cometido", enfatiza o presidente.

Cavalcante, que como presidente da associação fez diversas críticas a autoridades durante as investigações, elogiou ontem o trabalho do delegado federal de Mato Grosso, Renato Sayão, que presidiu o inquérito. Ele afirmou que as famílias analisam que a conclusão do inquérito acabou acontecendo rápido e embasado em um trabalho com vários dados, questionamentos e laudos. "Todo processo no Brasil é longo e tardio. Então, esse empenho, esta eficiência e dedicação do delegado Renato Sayão, nós temos que elogiar. Nós precisamos de pessoas certas, no lugar certo e ele (Sayão) está no lugar certo".

Afirmando que as famílias estão muito felizes, Cavalcante enfatiza que está é a primeira etapa e que a associação vai solicitar mais rigor da própria Justiça para que o processo contra os pilotos, caso sejam denunciados, seja concluído também com celeridade. "Para nós, a conclusão do inquérito é como ver a ponta do iceberg para que os responsáveis por isso, que mataram 154 pessoas e destruíram 154 famílias, paguem".

O acidente entre o Boeing e o Legacy aconteceu no dia 29 de setembro do ano passado.