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Segunda - 30 de Abril de 2007 às 13:06
Por: Celso Bejarano Jr.

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Impressiona cada vez mais a fortuna acumulada pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso em Cuiabá por chefiar uma das mais organizadas facções criminosas do país, segundo as autoridades judiciais que o investigaram.

Dia 17 deste mês de abril, o TRF (Tribunal Regional Federal) confiscou de vez a conta bancária do prisioneiro, aberta na agência do Deustche Bank, em Nova York.

Desde que fora capturado, em abril de 2003, só essa conta rendera de juros ao correntista prisioneiro exatamente US$ 1.984.000,00 (ou R$ 3.968.000,00, considerando a cotação do dólar hoje, segunda-feira, 30).

Informações apuradas pelo MidiaNews junto a secretaria da 1ª Vara Federal, em Cuiabá, sustentam que o saldo da conta de Nova York, a de número 18.188-822, era de US$ 14.800.000,00 no dia 5 de dezembro de 2002.

Até quatro anos atrás, Arcanjo era visto e tratado na capital mato-grossense como comendador por influentes políticos e, no meio empresarial, um dos mais prósperos negociadores.

Quando confiscada a conta de Nova York pelo TRF, 13 dias atrás, o saldo do ex-bicheiro havia alcançado a cifra de U$ 16.784.000,00. Isto é, transformado o volume em moeda nacional, Arcanjo, se nada devesse à justiça brasileira, teria para gastar só com a conta do alemão Deutsche Bank uma fortuna de R$ 33.568.000,00.

O confisco judicial não quer dizer que Arcanjo perdeu para sempre o que depositou em Nova York. É preciso que se esgotem os recursos judiciais. Enquanto isso, a dinheirama fica nas mãos dos americanos. No final, daqui uns dois ou três anos, segundo especialistas consultados pela reportagem, é é que a Justiça brasileira vai determinar se o valor será ou não repatriado.

No mesmo 17 de abril deste ano, o TRF confiscou também Universal Crowe Plaza, construído na Flórida, nos EUA. Cálculo da Justiça Federal indica que esse empreendimento está avaliado em US$ 50 milhões e Arcanjo é o sócio majoritário do negócio.

PAPELADA

O processo que cuida dos seqüestros dos bens de João Arcanjo Ribeiro, o de número 36000-7872-7, já acumula 60 volumes, ou algo em torno de 15 mil páginas.

Entre essas papeladas notam-se mais dois recheios financeiros do ex-bicheiro. São duas contas abertas na Caixa Econômica Federal, sob custódia da Justiça Federal. Numa delas, Arcanjo tinha R$ 9 milhões até o mês passado. Por determinação do TRF, foram retirados R$ 4 milhões do correntista preso.

O dinheiro fora encaminhado à Justiça Trabalhista para pagar dívidas trabalhistas. Ex-cambistas (anotadores do jogo do bicho) e outros ex-funcionários de Arcanjo foram os favorecidos.

Numa outra conta, também aberta na Caixa, Arcanjo possui R$ 1,1 milhão. O dinheiro é a soma cobrada pela AGU (Advocacia Geral da União) de pessoas que deviam ao ex-bicheiro antes de ele ser posto na cadeia.

CONDENAÇÕES

João Arcanjo Ribeiro fora condenado principalmente por crimes contra o regime financeiro do País. Ele teria sonegado algo em torno de R$ 900 milhões, segundo acusações do Ministério Público Federal.

O ex-bicheiro será levado à júri por ao menos quatro assassinatos: ele é acusado de mandar matar três rapazes que teria roubado R$ 500 de uma banca do jogo do bicho e ainda de ser o mandante do assassinato do fundador da Folha do Estado, Sávio Brandão.

A prisão dele fora decretada no dia 5 de dezembro de 2002, pelo juiz federal da 1ª Vara Federal, em Cuiabá, Julier Sebastião da Silva. Arcanjo sumiu misteriosamente da cidade. Seus comparsas, oito ao menos, foram presos. Em 10 de abril do ano seguinte, o ex-bicheiro foi pego em Montevidéu, capital do Uruguai. Em março de 2006, fora trazido para Cuiabá, onde cumpre pena e aguarda julgamentos por supostas ligações em mortes.





Fonte: Midia News

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