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Cidades/Geral
Quinta - 26 de Abril de 2007 às 10:07
Por: José Ribamar Trindade

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Em 1985 o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE) já previa através de pesquisa encomendada pelo próprio Governo, que o Brasil precisava de 15 mil policiais federais. Hoje, 22 anos depois, a Polícia Federal ainda não tem 12 mil policiais. Não tem e ainda quer demitir, pelo menos 1.000 escrivães e papiloscopistas que não ainda atingiram a estabilidade funcional de cinco anos. A defesa dos “quase demitidos” e um aumento de 30%, prometidos e não cumpridos, leva os PFs de todo a País a pararem suas atividades por cinco dias no mês de maio.

O agente federal aposentado Erlon José Brandão, de 52 anos, presidente do Sindicato de Policiais Federais de Mato Grosso, está em Brasília, de onde conversou agora a pouco com a reportagem do Site 24 Horas News por telefone. Brandão é integrante de uma comissão que se reúne daqui a pouco com o ministro Paulo Bernardes, do Planejamento Nacional.

Brandão confirma a paralisação de cinco dias e uma greve geral por tempo indeterminado a partir dos primeiros dias do mês de julho. Tudo, segundo ele, vai depender das decisões governamentais. Caso as negociações que começam hoje não avancem, a País vai ficar sem a Polícia Federal nos Jogos Panamericanos, o Pan do Rio de Janeiro.

Segundo Brandão, as paralisações, antes de 24 horas, vão passar para 48 e 72 horas respectivamente (dois e três dias) e começam nos dias sete e oito de maio. Se a paralisação não fizer efeito, os PFs voltam a cruzar os braços nos dias 21, 22 e 23 do mesmo mês.

Depois da paralisação dos cinco dias do mês de maio, o calendário da Polícia Federal já programou uma greve por tempo indeterminado a partir dos primeiros dias do mês de junho. “Vamos parar nos dias sete, oito, 21, 22 e 23 de maio. Se o Governo não abrir os olhos nós vamos dar uma trégua de oito dias e voltaremos em junho com uma greve geral sem previsão de fim”, afirmou Brandão.

FALTAM HOMENS

Além de ter um quadro de policiais: delegados, agentes, escrivães, peritos e papiloscopistas reduzido, menor que o previsto há 22 anos, quando a PF, segundo o IBGE, precisaria de 15 mil policiais e hoje, mais de duas décadas depois ainda não possui 12 mil, ainda quer reduzir ainda mais seus quadros.

Afirma Erlon Brandão, que além da luta dos Sindicatos de todo o País por melhores salários, paralelamente, fazendo, inclusive parte das reivindicações, está a briga para manter trabalhando os escrivães e os papiloscopistas com menos de cinco anos de carreira que correm o risco de serem demitidos com uma nova lei. Brandão afirma, que apenas o Estado de Mato Grosso vai perder 36 policiais federais. Ou seja, se os 170 que hoje estão são insuficientes, pior vai ficar se as demissões forem concretizadas.

“Em 1985 a PF teria que ter 15 policiais. Hoje, 22 anos depois, seriam necessários mais de 25 mil. Mas nós somos ainda menos de 12 mil, o que já é um absurdo num País com alto índice de tráfico de drogas, contrabando, fraudes e outros crimes que nós temos a responsabilidade de combater, sem contar que ainda temos que fazer segurança de autoridades e cuidar de índios”, detonou Brandão.

O presidente do Sindicato dos PFs de mato Grosso foi mais contundente ao declarar: “Nós prometeram um aumento de salário. Pagaram e metade e estão enrolando o resto. O que é pior e a população não sabe. Estão querendo reduzir ainda mais a já reduzida Polícia Federal. Caso o Governo uma nova lei que está no Congresso, todos os escrivães e papiloscopistas com menos de cinco anos de trabalha vão pra ao olho da rua. E agara eu pergunto: Quem vai fazer o trabalho dele?”.





Fonte: 24HorasNews

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