Prefeitos se reúnem em Jauru para discutir o fomento da bacia leiteira
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM, José Aparecido dos Santos, destacou a intenção dos prefeitos em implantar o projeto em Mato Grosso. O objetivo é fazer com que os demais prefeitos integrantes dos consórcios onde o leite faz parte da cadeia produtiva possam conhecer e discutir o plano de revitalização do leite. Assim, se todos concordarem, o plano poderá ser implantado nos mesmos moldes em que foi realizado em Pernambuco. “Adequar as idéias e projetos que estão dando certo em outros lugares do país é uma das alternativas para fomentar a economia regional e melhorar a qualidade de vida de nosso povo”, destacou.
Para o prefeito de Jauru, Pedro Ferreira de Souza, há na região uma certa acomodação por parte do produtores em buscar iniciativas de melhoramento genético e consequentemente uma ociosidade nos lacticínios por falta da matéria- prima. Com isso apesar do município possuir um rebanho de 174.461 cabeças, a produção leiteira é baixa. “Hoje um produtor prende 40 vacas e tira apenas 100 litros de leite. O que nós precisamos entender é que um rebanho grande não significa necessariamente produção e qualidade do leite”, explica.
Segundo o prefeito de Conquista D’Oeste e presidente do Consórcio Vale do Guapóré, Walmir Guse, Mato Grosso saiu na frente e as prefeituras estão evoluindo muito com a criação dos consórcios, mas ainda há muito por fazer. De acordo com ele, o leite é uma das principais fontes de renda da região e é preciso aproveitar essa potencialidade. “O produtor não se organizou e o poder público não fomentou. Agora precisamos resgatar a cultura da produção do leite em nossa região e nos tornamos um pólo da bacia leiteira em Mato Grosso”, afirmou.
O prefeito de São José dos Quatro Marcos e presidente do Consórcio Complexo Nascente do Pantanal, Antônio Junqueira, afirmou que o calcanhar de Aquiles da região se chama assistência técnica. Ele citou o Planipanema, que conheceu em Pernambuco na companhia de outros prefeitos, como uma ótima alternativa de revitalização da bacia leiteira, pois trabalha com três pontos indispensáveis para o sucesso da produção de leite: assistência técnica, melhoramento genético e comercialização garantida do produto. “ Nosso produtor rural não tem tradição e nem reserva financeira para fazer experiências genéticas. Tão pouco dinheiro para contratar um engenheiro agrônomo, um veterinário ou até mesmo um técnico para cuidar do seu rebanho. De nada adianta a prefeitura estimular o fomento da bacia leiteira se na hora da venda não tivermos a empresa âncora para a comercialização. Isso causa um certo desânimo para a classe produtora”, explicou.
Segundo o secretário de Projetos Estratégicos de Mato Grosso, Clóves Vetoratto, o governo está dando muita importância à cadeia produtiva do leite em nosso Estado. “Com 72 lacticínios em pleno funcionamento o leite é um segmento que dá sustentação a milhares de famílias mato-grossenses e por isso merece toda nossa atenção“, afirmou.
Durante a reunião os prefeitos assistiram a duas palestras. A primeira com o tema “Perspectivas da Bacia Leiteira” apresentada pela engenheira agrônoma de Jauru, Fabiane Pires, e a segunda “Plano de Revitalização da Bacia Leiteira do Vale do Rio Ipanema”, apresentada pelo engenheiro agrônomo de Pernambuco, Rômulo Carlos da Silva Filho.
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