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Agronegócios
Sábado - 14 de Abril de 2007 às 08:40

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A cotação da principal “moeda” da pecuária de corte mato-grossense, o bezerro, atualmente, está em alta. O índice é cerca de 43% maior do que no mesmo período de 2006. Em abril do ano passado, o valor pago ao produtor era de R$ 280,00, em 2007, o preço vem se recuperando desde o início do ano e já está em R$ 400,00. Uma clara indicação de que bons ventos começam a soprar e o horizonte promete ser mais promissor para o pecuarista em Mato Grosso, se não houver nenhum acidente de percurso nos próximos anos.

“O pecuarista está começando a respirar, mais aliviado, depois de um sufoco de três anos consecutivos”, avalia o coordenador do Centro de Comercialização de Bovinos (CentroBoi), da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luciano Vacari. “Se continuar assim, a perspectiva para 2008 e 2009 é muito boa. O preço pode continuar neste patamar”, garante o analista de mercado.

O valor pago hoje pelo bezerro no mercado é reflexo do equilíbrio entre oferta e demanda, que há muito tempo não se via no estado. A situação é apontada por Vacari como “extremamente positiva” já que caracteriza o início de um novo ciclo na pecuária mato-grossense. A oferta é menor porque o rebanho está diminuindo. No total, a redução é de 700 mil cabeças de gado, em relação ao ano passado, de acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT).

A redução fica ainda mais evidente com a divulgação do balanço da primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa feita pelo Indea, no início desta semana. O levantamento aponta que o número de bezerros de 0 a 12 meses no estado teve uma queda de mais de 300 mil cabeças. Eram 5.497,5252 cabeças, em 2006, e na etapa de vacinação em fevereiro, foram computadas 5.107,812 bezerros, ou 6% menos.

No estado, o processo de redução do rebanho fica evidente a partir de 2004. Um ano depois de um aumento significativo de 600 mil cabeças, na faixa-etária até 12 meses. No ano seguinte, entre 2004 e 2005, o ritmo do aumento foi menor. O crescimento de apenas 100 mil cabeças. A inversão se concretizou realmente de 2005 e 2006, quando a queda foi de 60 mil bezerros como resultado do abate intenso de fêmeas.

O criador em Mato Grosso, segundo o CentroBoi, não optou pelo abate das fêmeas, na verdade, ele não teve outra saída. “Ele vendeu para pagar as contas”, disse Vacari. Há três anos, foram 1.717.850 fêmeas abatidas e, no ano passado, quase o dobro foi para o abate, 2.464.670. Além da falta de renda, o analista de mercado ressalta que o produtor enfrentou a falta de pasto com o excesso de chuva e pragas como a cigarrinha. As informações são da assessoria da Famato.





Fonte: Só Notícias

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