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Agronegócios
Quarta - 11 de Abril de 2007 às 10:59

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Depois de ser superado pelo frango na preferência do consumidor brasileiro, os pecuaristas querem retomar a liderança no consumo per capita de carne no Brasil. O presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Costa Guedes, disse ontem que o setor terá que se esforçar para elevar ainda mais o consumo de carne bovina no País. As medidas propostas envolvem ações de marketing, melhoria na distribuição do produto, incentivo ao consumo na merenda escolar, além da divulgação das qualidades da carne do dianteiro, principalmente entre as classes C e D.

No ano passado, o consumo per capita de carne de aves atingiu 36,97 quilos, segundo dados da União Brasileira de Avicultura (UBA). Tal comportamento foi motivado pela redução do preço que caiu sob a influência de focos mundiais de gripe aviária. Com isso, o consumo de frango ultrapassou pela primeira vez a bovina que ficou ligeiramente menor em 36,7 quilos por habitante, segundo o presidente do CNPC.

Para o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, o consumo de frango no ano passado não chegou de fato a ultrapassar a do boi. Segundo diz, em 2006 o consumo da bovina atingiu 38,8 mil quilos per capita, enquanto o de aves a 35,4 quilos por habitante. Diz, entretanto, que o frango só não ultrapassou o boi porque os abates bovinos ficaram acima do previsto. Para o analista da consultoria, este ano o consumo dos dois animais deve ser semelhante. Ambos devem ficar em torno dos 38 quilos por habitante no Brasil.

Já pelas expectativas da UBA e do CNPC, o frango se manterá na líderança no prato do consumidor brasileiro, assim sendo líder pelo segundo ano consecutivo. O presidente do CNPC acredita que o consumo de carne bovina ficará estável, em 36,7 mil quilos por habitante. Já a União Brasileira de Avicultura (UBA) aposta em um aumento de 2,38% no consumo, para 37,85 quilos.

Guedes acredita ainda que o preço do frango poderá subir por conta do setor de bioenergia que deve demandar milho e soja para a fabricação de biocombustível. Isso deve se refletir no custo da ração e encarecer o preço do frango. O analista da Safra & Mercado não acredita na hipótese de o preço do frango subir devido à bioenergia.

"Nos Estados Unidos o preço do frango está até baixando porque no esmagamento do milho para a fabricação de etanol foi descoberto um resíduo DDG que serve para ração animal; isso está baixando o preço da ração'', explica o analista.

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea) mostram que desde o dia 03 deste mês o preço do quilo do frango resfriado subiu 3,33%, de R$ 2,10 para R$ 2,17 ontem. Enquanto isso, o do boi teve um aumento modesto de 0,3, saindo de R$ 55,99 para R$ 56,1 a arroba no mesmo período.





Fonte: Clube do Fazendeiro

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