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Economia
Segunda - 08 de Abril de 2013 às 15:36

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Empresários que escolheram o interior de Mato Grosso para realizar investimentos, colecionam exemplos de sucesso no mercado e agora fazem o caminho inverso: expandem a atuação dos pequenos para os grandes centros consumidores. Com investimentos destinados à melhoria da malha rodoferroviária - como a extensão da Ferrovia Vicente Vuolo (Ferronorte) até Rondonópolis, da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) até Lucas do Rio Verde e conclusão da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163) – o crescimento dessas empresas será favorecido nos próximos anos, especialmente daquelas instaladas nas cidades localizadas ao longo da BR-163.

 
 
Um exemplo que ilustra bem esse quadro é o da varejista Rio Móveis, com sede no município de Colíder e mais 38 lojas no Estado. Duas novas unidades estão em construção em Cuiabá e Várzea Grande com previsão de serem inauguradas em maio e junho deste ano. Plano de expansão da revendedora de móveis e eletrodomésticos para o próximo biênio é inaugurar mais 7 lojas na Baixada Cuiabana, além de revendas nos municípios de Tangará da Serra, Nova Mutum, Campo Novo do Parecis, Brasnorte e Juína.

 
 
No ano passado, a empresa conseguiu ser enquadrada no Programa de Desenvolvimento Empresarial da Indústria e Comércio (Prodeic) e firmou o compromisso com o governo do Estado de duplicar o número de lojas e gerar 3,5 mil empregos nos 10 anos subsequentes, período em que deve manter assegurado o incentivo fiscal com a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Hoje, a Rio Móveis emprega diretamente 684 pessoas.

 
 
Diretor geral Joadilson Aquino comenta que nesse processo de expansão ele investe em média R$ 400 mil por loja. Outro elemento que contribui para a forte atuação da empresa no Estado é a baixa rotatividade dos colaboradores, que conhecem muito bem cada uma das regiões onde a marca está presente e assim administram melhor as más condições logísticas. “A maioria dos meus gerentes têm um bom tempo de casa, sabem para quem garantir o crédito”. Nas lojas Rio Móveis, 70% das vendas são concretizadas por meio de crediário próprio. Aquino considera o índice de inadimplência baixo, sendo inferior a 6%. “Como temos uma carteira própria e não dependemos de financeiras, conseguimos flexibilizar as vendas e atender até mesmo sem comprovação de renda, porque no interior vale muito a força do nome da pessoa”. É nesse ponto que a concorrência enfrenta dificuldades, avalia. “Elas não conseguem garantir esse crédito”.

 
 
Próximo de Colíder, na região de Nova Canaã do Norte, o empresário Jomar Walecke Brigina aposta na produção de tijolos e planeja expandir os negócios com investimentos na modernização dos equipamentos da Cerâmica Nortão. Hoje consegue produzir 300 mil tijolos por mês e mantêm 18 funcionários. Em 2007, quando iniciou o negócio, empregava 7 funcionários. Naquele ano a empresa teve acesso a crédito via Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Fundeic) e garantiu R$ 120 mil. “Até o final do ano eu liquido esse empréstimo e posso contratar outro”.

 
 
Com o investimento desse recurso adicional poderá aumentar a produção e atender outros mercados. “Para os empresários daqui a dificuldade maior é, além dos impostos, a falta de estradas e a concorrência desleal, porque algumas empresas sequer são regularizadas”.

 
 
Em Guarantã do Norte, o empresário Cláudio Didomenico organiza o aumento da produção de compensado de madeira investindo no reflorestamento, para complementar a matéria-prima originária das áreas de manejo florestal. Na Compensados São Francisco são produzidos cerca de mil metros cúbicos de compensado de madeira por mês, com o apoio de 130 funcionários. Ampliando a produção será possível gerar mais empregos na cidade, diz ele.

 
 
Em 2014 a indústria começará a processar a madeira originária de florestas plantadas, mas a intensificação desse processo só acontecerá num prazo médio de 6 anos. “Queremos substituir porque essa questão do manejo florestal é complexa e encarece a matéria-prima, que a cada ano fica mais distante e aumenta os custos”.



 
Na cidade de Matupá, o empresário José Barbieri estimulado pelo setor da construção civil inaugurou a Premat, uma empresa de pré-moldados em concreto com foco maior em galerias de águas pluviais. A indústria ocupa uma área de 11 mil m2 e emprega 30 pessoas. Meta de expansão inclui o fornecimento de materiais para construção de casas, prédios e outras edificações com pré-moldados. Para isso espera obter o apoio do Executivo estadual por meio de programas de incentivos fiscais.“Conseguimos acessar uma linha de crédito disponibilizada pelo governo”.

 
 
Mudanças - Orientações sobre investimentos e gestão dos negócios podem ser buscadas pelos empresários nos 35 Centros de Atendimento Empresarial (CAEs), espalhados pelo território estadual. Neste ano, mais 25 Centros serão criados, revelou o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanata.“Nas minhas visitas aos empresários no interior do Estado, notei que ainda falta muita informação e precisamos facilitar esse acesso”.

 
 
Sobre a suspensão dos incentivos fiscais para as empresas de Mato Grosso, Zanata lembrou que o assunto foi discutido na última sexta-feira (05) em reunião do Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso (Condeprodemat) e que a proposta do governo continua sendo a de prorrogar por mais uma década o benefício para as empresas que estão obtendo resultados positivos, mas reduzindo em 10% a cada ano a desoneração. “Por exemplo, quem tem 70% de redução do ICMS teria que baixar em um ano 7% desse índice”.





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