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Agronegócios
Quarta - 14 de Março de 2007 às 09:26

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Em oito anos, o setor agrícola brasileiro poderia ter economizado aproximadamente US$ 8 bilhões com as culturas soja, algodão e milho, se o país tivesse adotado há época sementes geneticamente modificadas em parte de sua área plantada. Em real, a economia seria de R$ 16,8 bilhões, considerando a cotação do dólar desta terça-feira a R$ 2,10.

Esse cálculo foi feito pelo deputado federal, Homero Pereira (PR), com base na pesquisa do economista Edgard Antonio Pereira, da Consultoria e Assessoria Econômica (EDAP), realizada para a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes e Mudas (Abrasem).

O estudo, apresentado na Comissão da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) nesta terça-feira, aponta os benefícios ambientais e ganhos econômicos gerados pelas sementes geneticamente modificadas.

“A pesquisa mostra o quanto a agricultura perdeu pelo atraso na liberação dos transgênicos. É R$ 1,133 bilhão por ano que poderia ser convertido em rendimentos calculado somente na soja, algodão e milho. Montante relevante para um setor que carece de renda e enfrenta grave endividamento. Precisamos avançar a implantação dos OGMs para outras culturas também como o milho e as hortaliças, evitaríamos danos ao meio ambiente com o uso demasiado de agroquímicos e à saúde humana”, ponderou o parlamentar, também presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

De acordo com o levantamento, a adoção da soja geneticamente modificada (GM) reduz os custos em US$ 42,34 por hectare e ganho de produtividade em US$ 30,32/ha. Assim, entre 1998 a 2007, estima-se que os benefícios econômicos obtidos pelos produtores cheguem a US$ 2,9 bilhões em 40,097 mil hectares acumulados no período. A área plantada no Brasil com soja GM saltou de 120 mil há na safra 1998/99 para 11,767 mil há na 2006/07, e já representa 56% da área plantada no Brasil.

Homero Pereira afirma que Mato Grosso seria o maior beneficiado já que também é líder nacional no plantio da oleaginosa. Segundo o deputado, o Estado cultiva 5 mil hectares com soja, dos quais entre 60% a 70% na safra 2006/07 estão ocupados com soja GM. Os sojicultores mato-grossenses devem economizar US$ 2,543 milhões, sendo US$ 1,481 milhões com a redução dos gastos com aplicações de defensivos agrícolas e US$ 1,061 com o aumento de produtividade.

Segundo o economista Edgard, também professor da Unicamp, os beneficios fiscais também são valiosos, uma vez que com menor volume de agrotóxicos utilizados no campo, leva a uma menor toxidade do solo, rios, lençóis freáticos e dos alimentos, e reduz o risco da atividade de pulverização para a saúde dos agricultores e trabalhadores.

“A adoção da tecnologia nas culturas de algodão e milho pode baixar em 4.632 toneladas por ano de inseticidas e herbicidas”, afirmou o presidente da Abrasem, Ywao Miyamoto.

Uma das culturas que mais requer aplicações de defensivos agrícolas, o algodão, foi liberado o plantio com semente transgênica, o que deve se intensificar a partir da safra 2007/08 no país, uma vez que não houve produção oficial do algodão GM em 2005 no Brasil.

Exceto em Mato Grosso, onde os cotonicultores já cultivaram 50% de algodão GM em 1,2 milhão de hectares. A pesquisa mostra economia de US$ 57,8/ha com produto, US$ 10,52/ha com pulverização e US$ 101,81 com produtividade. Na simulação feito pelo economista, o ganho nacional com a penetração de 50% da tecnologia nas lavouras seria de UR$ 86,343 milhões. Mato Grosso será o maior beneficiado já que também é o campeão de produção de pluma.

No recorte feito com o milho, a economia chegaria a US$ 192 milhões ao ano com o GM, na adoção de 50% do plantio brasileiro. A estimativa para 100% de adoção da tecnologia, a economia seria de US$ 383,478 milhões.

“A adoção dos produtos transgênicos no Brasil está atrasas mais por paradigmas ideológicos do que científicos, temos que acabar com isso e avançar nessa questão. Já foi comprovado é bom para o meio ambiente, para saúde humana e para a economia”, observou Homero.





Fonte: Olhar Direto

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