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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 08 de Março de 2007 às 07:28
Por: Rose Domingues

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O papel da mulher na sociedade brasileira sofreu grandes mudanças nos últimos 10 anos. Conforme uma publicação recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a chefia feminina da família no país aumentou cerca de 35% nesse período. Em Mato Grosso, a elevação aconteceu de maneira ainda mais expressiva, de 30,6%, em 1995, para 58,8% no ano de 2005. No dia Internacional da Mulher, é preciso comemorar as conquistas de direitos sem deixar de lembrar do ônus que tudo isso trouxe para a vida delas.

O próprio estudo mostra que as chefes de família já representam quase 30% do total de mulheres que trabalham no país, em contrapartida, estudam menos, enfrentam expediente mais longo e têm maior grau de informalidade. A maioria recebe menos de três salários mínimos (R$ 1.050). No país, elas significam 2,7 milhões e, no Estado, 220,5 mil. Mesmo diante de dificuldades, elas não deixam a peteca cair.

Segundo a a coordenadora do Núcleo Cível da Capital, a defensora pública Lisiane Peres Toledo, que também é titular da 1ª Vara da Mulher (Contra Violência) e da 2ª Vara da Família, as mulheres são a maior parte da clientela da Defensoria Pública do Estado, em busca geralmente de pensão alimentícia para os filhos e/ou separações litigiosas. "Elas são lutadoras, persistentes, têm fibra e vontade de vencer, de obter próprio espaço e ainda cuidar e proteger dos filhos. São verdadeiras guerreiras".

Na contramão do processo, a figura do ex-pai representa uma realidade absoluta. Lisiane explica que são homens que resistem em auxiliar na prestação de alimentos porque repudiam a idéia de sustentar a ex-mulher. Para eles, qualquer valor é muito alto. Deixar de viver sob a tutela e/ou comando masculino rendeu distorções que a sociedade precisará reverter. "Para viver junto dessa nova mulher os homens terão que apressar o passo um pouco, encontrar um ajuste".

Para a defensora, a Lei Maria da Penha é um avanço, já que coíbe a violência contra mulher, mas é triste ter que forçar uma mudança cultural através dos rigores da lei. O mesmo aconteceu na execução de alimentos. Atualmente o pai pode ser preso caso não arque com a sua responsabilidade financeira diante da criança. "São raros os casos em que o homem se propõe em pagar um valor justo, normalmente a mulher tem que se virar quase sozinha".

Educação é tudo - Pelos menos é isso que avalia a psicóloga Dainir Feguri, que atua no Juizado Especial Criminal de Cuiabá, por onde passam casais com problema de violência e desajuste familiar. "O leme está nas mãos delas, porque ainda são responsáveis pela educação dos filhos e podem ensinar a eles, desde pequenos, como deve ser a divisão de tarefas dentro de casa e isso será trazido para a vida".

Nada de levar tudo na mão. As crianças precisam ter um papel importante na divisão de afazeres domésticas. O cuidado com os objetos pessoais (mochilas escolares, brinquedos, sapatos etc) já é um bom começo. "A mulher não pode continuar aceitando a situação estressante de ir para o mercado de trabalho e ainda ser escrava do lar, isso inclui marido e filhos, porque senão morre cedo, de infarto".

A solução para o impasse está no equilíbrio familiar, nisso os homens têm papel fundamental porque terão que reorganizar a vida do casal de uma maneira que ninguém ficam sobrecarregado. Os antigos valores terão de ir por terra sem acusações mútuas. "Os ex-pais sempre existiram ao longo da história, as mulheres é que terão que ser mais espertas para não cair na lábia deles".




Fonte: A Gazeta

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