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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 13 de Fevereiro de 2007 às 18:37

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A vida e o trabalho do homem pantaneiro acompanham o sobe-desce das águas. E, em alguns casos, a água literalmente bate à porta. Esse é o caso da fazenda Descalvado, a 120 quilômetros de Cáceres, onde o leito do rio Paraguai atinge o muro do casarão e dos principais prédios.

O peão Libânio Lima, 41 anos, e outros seis homens são os responsáveis por evitar que 600 cabeças de gado da fazenda se percam na imensidão durante a cheia. Nascido e criado nas fazendas da região, Lima começa o dia antes do sol nascer e termina quando escurece. Na cheia, parte da pastagem fica alagada e o trabalho dos peões consiste em conduzir o rebanho em busca de comida sem perder nenhum animal. Mantimentos chegam de barco a cada 20 dias, assim como o óleo diesel que alimenta o gerador de energia. Pequenos luxos urbanos, como o gelo, não existem no cotidiano do homem pantaneiro. Se alguém fica doente são algumas horas de barco rio acima até Cáceres.

Jacaré "Na cidade é muito corrido, aqui não, é tranqüilo", afirma Lima. O vaqueiro já está acostumado ao isolamento e a conviver com os caprichos do rio, mas levou um susto no final do ano passado quando seu cachorro escapou por pouco do ataque de um jacaré. O vira-lata Tripa bebia água no banhado, quando levou uma mordida no pescoço.

História Fundada no final do século XIX, a fazenda já foi importante no contexto econômico do Pantanal enquanto o rio era a principal via de transporte que abastecia o Mato Grosso na primeira metade do século passado. Nos bons tempos, a sede era composta de casarão, armazéns, uma escola e até uma igreja. Com a chegada da BR-163 a Cuiabá, que foi responsável pela diminuição gradual do fluxo de mercadorias pelo rio, a Descalvado perdeu a importância estratégica.





Fonte: 24HorasNews

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