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Quinta - 28 de Março de 2013 às 16:02

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Dois velórios e dois casamentos. Aniversário de 50 anos da mãe e aniversário marcante do irmão.  Natal, Páscoa e outras datas importantes. Diego Viana e sua mulher cansaram da vida que, ainda assim, consideravam muito boa na Dinamarca, Alemanha e depois na Áustria. Mas decidiu tentar, aos 29 anos, ser conhecido no Brasil. E não ficar mais tão distante dos familiares. Não sabia como, mas tentou. 

 

No currículo pelo futebol brasileiro tinha só duas edições do Campeonato Catarinense pelo Metropolitano. As experiências pelo alemão Greuther Fürth e pelos austríacos Lustenau, Grödig e Wiener Neustadt também não ajudavam. Mas Abel Braga ajudou e conseguiu intermediar, na base da camaradagem, para que Diego Viana chegasse ao Canindé há cerca de seis meses. "Tenho muito a agradecer a ele", admite em entrevista ao Terra após treinamento da Portuguesa.

Em 2013, é a torcida da Lusa que tem muito a agradecer por Diego, que para alguns virou o "Batistuta do Canindé". Na Série A-2 do Campeonato Paulista, sua média de gols é de quase um por jogo: foram sete em oito atuações. A afirmação na reta final de seu vínculo com a Portuguesa, que vence no meio de ano, faz Diego Viana crer que tomou a decisão correta ao deixar contrato assinado à mesa na Áustria. 

 

"Foram muitas comemorações familiares que nunca pudemos estar presentes. Em um mês ou um ano, não faz falta. Mas após sete anos você sente falta. Por isso resolvi voltar. Minha mulher sofria muito sozinha. Só eu tinha o visto de trabalho, ela não podia trabalhar. Por isso resolvi voltar, por ela também. Voltei para me estabilizar, para não sair mais".

 

A experiência por clubes de primeiro mundo e pouca expressão

 

Diego Viana em ação pelo Greuther Fürth, na Alemanha Foto: Greuther Fürth / Divulgação
Diego Viana em ação pelo Greuther Fürth, na Alemanha
Foto: Greuther Fürth / Divulgação

Primeiro a Dinamarca, por seis meses. Depois um ano na Áustria e mais seis meses na Alemanha. Por fim, mais três anos e meio entre os austríacos.

 

"Foi uma grande experiência profissional e particular. São países desenvolvidos, qualidade de vida muito alta e a gente aprende muito intelectualmente. Ali estão profissionais tops do mundo e te dão mais tempo de mostrar porque cumprem o contrato". 

 

O dedo de Abel Braga para acertar com a Portuguesa

 

Uma excursão do Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos para a Áustria, mudaria a vida de Diego Viana. Sua atuação no amistoso impressionou Abel Braga, que comandava o time rival. 

 

"Ele era o treinador e fiz um jogo muito bom contra ele. Depois conversamos, aquele papo de quem tá fora do Brasil. Ele tinha interesse em olhar uma partida nossa, gostou de novo e disse que, quando eu precisasse de algo, que ligasse para ele. Vi que ele era uma pessoa muito humilde  e simples. Quando decidi voltar, liguei para ele". E a ligação deu certo. 

 

"Ele tinha sete atacantes de ponta no Fluminense. Me disse "Diego, aqui está difícil, mas vou conseguir algo pra ti, vou ver no mercado quem precisa de atacante". Ele tinha um bom contato com o Candinho (diretor) e o Geninho (treinador no último ano). A Portuguesa precisava de atacante e eles tinham interesse de me ver. Treinei por alguns dias, eles viram qualidade e resolvemos por um ano de contrato. Não é fácil voltar desconhecido para uma equipe como a Portuguesa. Tenho muito a agradecer ao Abel". 

 

De talismã de R$ 1 a "Batistuta do Canindé"

 

Contratado para a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro, Diego ficou à sombra de Bruno Mineiro, titular no ataque da Portuguesa e um dos principais goleadores do campeonato. Atuou em 22 jogos, mas só cinco vezes desde o início. Fez um gol, contra o Náutico, mas não convenceu os torcedores. Por um deles, chegou a ser colocado à venda no site Mercado Livre como forma de protesto por R$ 1. 

 

"Neste ano diminuiu a quantidade de atacantes e estou mostrando, para quem não confiava em mim, que tenho condições de vestir a camisa da Portuguesa. É um momento importante da minha carreira, estou feliz e sofri uma readaptação ao Brasil. No Paulista da Série A-2 tive sequência, fiz alguns gols e ajudei a equipe". 

Diego Viana pede apoio à torcida mesmo com derrotaClique no link para iniciar o vídeo
Diego Viana pede apoio à torcida mesmo com derrota

 

"Ninguém nunca tinha me chamado de Batistuta (antes de chegar à Portuguesa). Não tenho nada contra, mas também não me entusiasma. Bem, sou atacante, a altura é parecida com a dele, tenho barba, cavanhaque e cabelo comprido. É, pode lembrar (risos). Com cabelo comprido e barba pode lembrar qualquer um (gargalhada)".  

 

Diego Viana ainda pede apoio nas derrotas

 

"Torcedor é muita paixão. Quando as coisas vão mal, xingam, vaiam, é normal em todas equipes. Mas o jogador, mesmo jogando mal, quer ser reconhecido pelo trabalho que fez. Que a torcida veja que ele queria ganhar e não conseguiu. Se o torcedor brasileiro soubesse como é bom o aplauso pelo esforço, para a confiança do jogador, faria sempre". 





Fonte: Terra

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