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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 18 de Janeiro de 2007 às 10:32

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Revolta. Muita especulação, boatos e uma indisposição sem limite para trabalhar durante os últimos dias dentro da Polícia Judiciária Civil (PJC) de Mato Grosso. Tudo causado pela incerteza do que vai acontecer a partir do dia primeiro de fevereiro com a extinção da Delegacia Metropolitana. Sew para a população da Grande Cuiabá as mudanças podem ser aparentemente boas, para os policiais, não. Em Várzea Grande também acaba o plantão da Delegacia Regional.

A partir de fevereiro a Polícia Civil cria três plantões em Cuiabá e um em Várzea Grande. Na Capital vão funcionar os plantões do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc-Verdão); o Cisc-Coxipo e o Cisc-Planalto. Em Várzea Grande vai funcionar o Cisc-Parque do Lago, no bairro do mesmo nome.

O PROBLEMA

A revolta dos policiais, que não escondem a insatisfação das decisões à revelia, de cima para baixo e sem discussões, é devido, justamente a falta de policiais. “Se só com um plantão o número de policiais é capenga. Quando falta um a coisa desanda e atrasa tudo, imaginem com quatro plantões, três em Cuiabá e um em Várzea Grande”, alerta um investigador da Polícia Civil que pediu para não ser identificado.

Faltam investigadores, delegados e escrivães para colocar quatro plantões para funcionar 23 horas com revezamento de 12 horas trabalhadas por 36 de descanso, e 24 horas trabalhadas por 72 horas de descanso. O mesmo investigador comenta:

- “O plantão, mesmo com registros de poucas ocorrências é cansativo e estressante. Muitas vezes os policiais, tanto civis como militares saem do limite por causa disso da tensão. Pior quando temos uma superlotação de ocorrências, o que em Cuiabá e Várzea Grande é coisa comum. Os plantões podem dar certo, mas se contratarem policiais para suprir as deficiências. Hoje nós somos poucos até para apenas um plantão. RESISTÊNCIA

Se em Cuiabá as coisas estão quase que acomodadas, principalmente entre população que parece desconhecer o que pode acontecer com o fechamento de uma hora para outra, em Várzea Grande a situação é bem diferente. Lá, segundo os policiais, vai haver resistência caso acabe como estão falando o plantão da Delegacia Regional, que funciona na área central da cidade.

Com o fechamento do plantão da Delegacia Regional, todas as ocorrências de Várzea Grande terão que ser registradas no Cisc-Parque do Lago. Dias atrás algumas pessoas já realizaram manifestos, chegando a afixar até cartazes na frente do prédio da Regional, alertando que não vão deixar que fechem o local.

As pessoas entendem que vai ser muito difícil e sacrificante alguém se deslocar, por exemplo, do centro, do Jardim Imperial e do bairro São Mateus até o Parque do Lago, do outro lado da cidade, apenas para registrar uma ocorrência.

As pessoas estão falando, inclusive alguns empresários e comerciantes - segundo relata um investigador -, que não vão deixar que fechem o plantão da área central de Várzea Grande. “Podem até tirar o plantão da Delegacia Regional de frente do Terminal de Integração, mas vão ter que colocá-lo em outro local, desde de que seja um local na área central”, explica um policial falando como porta-voz da comunidade.

PJC PARADA

Para alguns policiais civis, a Polícia Civil não está funcionando a todo vapor há alguns anos. Ou seja, não está investigando nem 20% das ocorrências registradas, justamente por falta de homens para trabalhar e de uma metodologia de trabalho capaz de colocar, pelo menos 70% dos policiais civis nas ruas para investigar todos os tipos de crime.

“Vocês imagem que a Polícia Civil acabou com todas as suas delegacias distritais, justamente por falta de homens para trabalhar. A desculpa foi outra, mas o motivo foi esse: falta de pessoal. O piro, é que lá para cá o número de investigadores, delegados e escrivães diminuiu ainda mais, or isso nós estamos assustados”, desabafa um escrivão.

O mesmo policial conclui: “Nós já tivemos tempos bons. Os crimes iam acontecendo e a gente ia prendendo os bandidos e recuperando o que eles roubavam ou furtavam. Hoje apenas alguns setores da PJC estão funcionando, mesmo assim raramente, com exceção, é claro, da DHPP que tem um dos mais altos índices de solução de crimes de homicídio. Será que também vão acabar com a Homicídio?”





Fonte: 24HorasNews

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