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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 05 de Janeiro de 2007 às 01:08

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O preço do álcool combustível deve subir nos próximos dias em Mato Grosso. De acordo com a assessoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindpetróleo), ainda não há confirmação de aumento de preço no estado, mas a tendência é de que o combustível vai subir em razão da pouca oferta durante este período de entressafra. Os estoques de algumas usinas em Mato Grosso acabaram. Alguns postos já enfrentam dificuldades para adquirir o combustível. O aumento pode chegar a 10%, como já está ocorrendo em São Paulo e outros estados do país.

A elevação do preço médio por litro de álcool combustível nas bombas dos postos paulistas já chega a 25% em algumas regiões de São Paulo. A informação é de Hélio Pirani Fiorin, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).



"Não há explicação para esse aumento", protestou. Ele lembrou o aumento da safra de cana-de-açúcar 2006/2007. Na região Centro-sul, onde se concentram 85% da produção nacional, a moagem de cana-de-açúcar encerrou-se no início de dezembro, resultando em um recorde de oferta de 15,9 bilhões de álcool – 11,2% acima da safra anterior.

O aumento no preço do álcool pode provocar também aumento do preço da gasolina. O combustível recebe mistura de álcool. Esse índice de mistura até aumentou no final do ano passado, como forma de incentivar o consumo do álcool e atender a demanda de comercialização avaliada como ideal pelas usinas. Como forma de controlar o preço do álcool, o governo Federal pode reduzir novamente o índice de mistura.

Outra conseqüência do aumento do álcool é a pressão sobre os preços de outros produtos e serviços. Pneus, peças, frete e até alimentos também sofrem aumento de preços em um efeito cascata provocado pelo comportamento nos preços dos combustíveis.

Empresários do setor já afirmam que o preço do álcool deve subir em menos de 15 dias. Eles alegam que o período é de entre-safra e a retomada da produção está sendo prejudicada pelas chuvas. Em 2005 o preço do álcool aumentou, chegando a R$ 2,4 no interior do Estado. Segundo especialistas, o uso de álcool combustível só compensa quando o preço está 30% abaixo do preço da gasolina.

Interferência do governo

No dia 20 de novembro de 2006, entrou em vigor um decreto do governo Federal que aumentou o percentual da mistura do álcool na gasolina de 20% para 23%. Com a decisão o consumo adicional de álcool deveria aumentar em até 300 milhões de litros até o dia 30 de abril de 2007, segundo cálculos do governo. A previsão era elevar esse índice para 25% a partir deste mês de janeiro.

O país já passou por uma forte pressão no preço do álccol na entre-safra do ano passado. Em fevereiro de 2006 o governo teve que reduzir 25% para 20% a mistura de álcool na gasolina, para reduzir o consumo e tentar segurar os preços. Em novembro, com os estoques autos o governo voltou a estimular o uso do álcool. Agora pode mudar de estratégia novamente para segurar o preço do combustível.

Entrevistado pelo RMT Online em novembro do ano passado, o economista Vivaldo Lopes afirmou que não hveria risco de disparada nos preços do álcool neste início de 2007. O governo Federal já teria se precavido desse risco.

"O Governo enfrentou este problema no início de 2006 e agora ficou mais esperto. A mistura do álcool anidro na gasolina era de 25%, caiu para 20% com a crise de 2006 e voltou a 23% no final de novembro. Essa decisão mostrou cautela do governo. Em vez de pular de 20% para os mesmos 25% adicionados anteriromente, o governo aumentou primeiro para 23%. Em janeiro de 2007, na entressafra, ele poderá voltar para os 20% ou até diminuir ainda mais, tudo dependerá do mercado. O governo não quer ser surpreendido novamente", explicou à época Vivaldo Lopes.

Sindicatos A produção do álcool hidratado, utilizado para abastecer os veículos flex (movidos a álcool e a gasolina) e também os modelos com motor a álcool, aumentou em 16,2%, com 8,5 bilhões de litros em 2006. Já a produção de álcool anidro, que é adicionado à gasolina, foi ampliada em 5,9%, com uma oferta de 7,4 bilhões de litros.

Em nota, a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única) considera ser "absolutamente natural que o mercado tenha comportamento de alta no período da entressafra". Também informa que o preço pago aos produtores pelo litro do álcool hidratado estava em R$ 1,00732 no dia 29 de dezembro, contra R$ 0,84299 no dia anterior.

Na avaliação do diretor do Sindipetro (postos de gasolina) de São Paulo, essa elevação repete situação de igual período no ano passado, quando "os usineiros reajustaram seus preços e não cumpriram o compromisso de manter o litro do álcool em R$ 1,05, obrigando à queda para 20% no teor de álcool misturado à gasolina". O governo, segundo Fiorin, "errou ao permitir em pleno pré-período de entressafra que esse percentual subisse, novamente, para 23%". Na opinião dele, esse é um dos fatores de pressão para a alta.

O sindicalista defendeu ações preventivas para o período da entressafra: "O governo parece estar sempre apagando o fogo, ao invés de evitá-lo". Ele lembrou que não se alterou a vantagem para o consumidor na opção por um dos combustíveis, pois para valer a pena, o preço do álcool deve ser 70% mais barato. Nos últimos dias, acrescentou, essa relação estava próxima de 52%.




Fonte: RMT On Line

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