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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 22 de Dezembro de 2006 às 10:06

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O Governo da Bolívia acredita que alcançará um "acordo amigável" com o Brasil nas próximas horas sobre o gás que vende à cidade de Cuiabá, mas advertiu que elevará unilateralmente o preço, caso a negociação fracasse.

"Esperamos chegar a um acordo para não termos que tomar outro tipo de decisão", disse hoje o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.

O ministro compareceu ao lado do presidente Evo Morales, do vice-presidente Álvaro García Linera, e do dirigente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Juan Carlos Ortiz, ao ato de comemoração do 60º aniversário da fundação da companhia petrolífera estatal, realizado em La Paz.

Desde maio, quando Morales decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos, a YPFB assumiu novamente o monopólio de toda a cadeia petrolífera do país, inclusive da comercialização dos produtos energéticos.

A Bolívia exporta 1,2 milhão de metros cúbicos diários para a cidade de Cuiabá, a US$ 1,09 por milhão de unidade térmica britânica (BTU).

A intenção do Governo boliviano é elevar o preço para US$ 4,08 por milhão de BTU, cifra que a Petrobras paga pelo contrato principal que tem com a YPFB desde 1999 e que lhe permite receber uma média de 26 milhões de metros cúbicos diários de gás.

Representantes do Ministério de Hidrocarbonetos defenderão o aumento em reunião de uma delegação brasileira com executivos da companhia Gás Oriente Boliviano, responsável pela venda do produto energético a Cuiabá, que será realizada nas próximas horas, na cidade de Santa Cruz.

No mesmo ato, o presidente Morales disse acreditar que o Governo brasileiro aceitará esta alta, que geraria para a Bolívia US$ 300 milhões adicionais, "não por generosidade, mas porque este é o preço real do gás".

No aniversário da YPFB, o líder se inspirou na forte chuva que caiu durante todo o ato para afirmar que, em 2007, o que cairá do céu na Bolívia será "petróleo", como resultado da nacionalização dos hidrocarbonetos decretada por ele mesmo em maio.

Morales também pediu ao povo boliviano que não se "acovarde" no aprofundamento do processo de nacionalização que seu Governo quer ampliar a outros recursos naturais.

"Haverá guerra suja, ameaças, mas não razões para se assustar", disse o presidente.

O presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, não quis dar detalhes sobre a "refundação" a que será submetida a companhia petrolífera, por expresso desejo do Executivo.

Os aspectos da reestruturação serão conhecidos "quando o anteprojeto de lei a esse respeito estiver pronto", afirmou Ortiz, antes de ressaltar que a empresa continuará a ser "cem por cento estatal", mas que necessitará de mais recursos materiais e humanos para "enfrentar os novos desafios requeridos pela nacionalização".

O ministro de Hidrocarbonetos destacou que a nova política energética impulsionada pelo Governo precisa de uma empresa estatal "fortalecida", que participe de todo o processo de exploração, industrialização, transporte e comercialização dos hidrocarbonetos.

"A história da YPFB é de recuperação da dignidade nacional", concluiu Villegas.





Fonte: 24HorasNews

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