3 jornalistas sofrem atentados no interior em 3 meses

Em menos de três meses, três jornalistas do interior foram vítimas de atentados e ameaças. Essa semana, o apresentador da rede TV, Wagner Zanan, 33, teve sua casa metralhada em Sorriso (450 km de Cuiabá). Por sorte, o disparo feito por um revólver calibre 38 não o feriu. Sozinho em casa, por volta das 3h, Wagner disse ter imaginado que fosse um estrondo na rua e voltou a dormir.

Só no dia seguinte, ao retornar para casa, por volta das 20h, estranhou lascas de madeira no chão e encontrou o projétil sobre a cama. Imediatamente procurou a Polícia Militar e registrou queixa por tentativa de intimidação. Wagner afirma que vem fazendo denúncias contra atos administrativos de autoridades locais, assim como também solicitando que o Ministério Público investigue repasse de verbas para a Associação de Produtores de Boa Esperança, distrito da cidade. Peritos criminais estiveram na casa do jornalista. O caso será investigado pelo delegado Ênio Lacerda. Apesar de assustado, Wagner afirma que não vai se calar porque o jornalismo é fiscal do poder público.

Em setembro, outra vítima da tentativa de cerceamento da liberdade de expressão foi o jornalista Sérgio Edson, dono de um site de notícias da região norte. Em um artigo enviado às redações de todo o Estado e também ao poder público, ele cita que já recebeu dezenas de ameaças por telefone e também por e-mail. As tentativas de intimidação não pararam. Ele recebeu em casa a visita de um homem tido como pistoleiro. A presença era um aviso. Ele avalia ainda que para que Sorriso não entre nas estatísticas de mortes de profissionais da imprensa é urgente e fundamental que aqueles que dirigem a segurança pública em seus diferentes níveis tomem medidas eficazes contra os crimes.

Em setembro, o jornalista João Gomes, apresentador do Cidade Agora, na TV Cidade Record, em Rondonópolis (218 km de Cuiabá), foi vítima de um atentado por volta das 12h. Pouco depois de ter entrado em sua residência, no bairro São José, o veículo dele, um Corsa, foi atingido com cinco disparos de revólver calibre 38. Por sorte, os disparos atingiram a parte traseira do veículo. Os tiros foram feitos por um rapaz que saiu caminhando após o atentado. A tentativa de intimidar e calar profissionais da imprensa é repudiada em todas as redações e veículos de comunicação, assim como pelo Sindicato que representa a categoria e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).