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Segunda - 30 de Outubro de 2006 às 10:17

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas se reúne nesta terça-feira para ouvir três envolvidos no caso do dossiê que ligaria integrantes do PSDB à "máfia das ambulâncias": o advogado Gedimar Passos, o empresário Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti, ex-chefe do Núcleo de Informações e Inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Passos e Padilha foram presos em São Paulo em 15 de setembro com cerca de R$ 1,7 milhão que seria utilizado na compra do dossiê. O material teria sido elaborado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como líder do esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias.

Lorenzetti, por sua vez, admitiu em depoimento na Polícia Federal (PF) que tinha interesse no dossiê, mas disse que se recusou a pagar pelo material. Lorenzetti e o ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas (um dos coordenadores da campanha de Lula) ofereceram o dossiê a um jornalista da revista Época, segundo informações divulgadas pela revista.

Contatos prévios

Ex-diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e conhecido como churrasqueiro de Lula, Lorenzetti também é suspeito de intermediar encontros entre Passos e o então assessor especial da Presidência da República Freud Godoy. Lorenzetti teria, ainda, articulado a ida a Cuiabá de Passos e do então diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, Expedito Veloso, para analisar os documentos que estavam em posse de Vedoin.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a Polícia Federal investiga dois contatos telefônicos feitos no dia 11 de setembro entre Lorenzetti e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O rastreamento feito pela PF também localizou conversas de Lorenzetti com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A PF investiga esses contatos para tentar identificar o mentor da operação de compra do dossiê.

Requisição ao STF

Lorenzetti e Passos entraram com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para deixar de responder às perguntas em que possam se auto-incriminar. Os mandados ainda não foram julgados.

Votação de requerimentos

A CPMI também poderá votar nesta terça-feira requerimento do vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), para que todos os documentos que estão na CPMI sejam colocados à disposição do vice-presidente, dos relatores, dos sub-relatores e de seus assessores, sem restrição.

Jungmann vai avaliar hoje se há necessidade de entrar com um mandado de segurança na Justiça Federal contra o delegado Diógenes Curado, da PF de Mato Grosso, responsável pela investigação do dossiê. O deputado entrará com o mandado se verificar que a PF ainda não encaminhou todas as informações requisitadas pela CPMI sobre o caso.

A reunião da comissão está marcada para as 14 horas, na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.





Fonte: RMT-Online

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