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Economia
Sexta - 01 de Março de 2013 às 20:52
Por: Alexandro Martello

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A balança comercial brasileira registrou déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 1,27 bilhão em fevereiro deste ano, segundo números divulgados nesta sexta-feira (1) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Trata-se do pior resultado, para meses de fevereiro, desde o início da série histórica disponibilizada pelo Banco Central, em 1959.

Até o momento, o pior resultado para meses de fevereiro havia sido registrado em 1997, quando o déficit comercial somou US$ 1,1 bilhão. Desde 1998 que a balança comercial não registra resultado negativo para o mês de fevereiro, ainda segundo números oficiais. No mesmo período de 2012, a balança comercial registrou um superávit (exportações maiores do que compras do exterior) de US$ 1,7 bilhão.

"Petróleo e derivados contribuem de maneira importante para os resultados de fevereiro e do primeiro bimestre. Houve redução significativa de exportações e aumento importante das importações destes itens. Esse elemento nos chama a atenção. Mas ainda vivemos ainda um momento de crise. As exportações de todas categorias caem para todos os mercados", declarou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres. 

Exportações e importações
Em fevereiro deste ano, as exportações somaram US$ 15,55 bilhões, com média diária de US$ 863 milhões, o que representa uma queda de 8,9% em relação a igual período do ano passado, enquanto as compras do exterior totalizaram US$ 16,82 bilhões (média de US$ 934 milhões por dia útil). As importações subiram 8,8% sobre fevereiro de 2012, informou o governo.

Acumulado do ano
Na parcial dos dois primeiros meses deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, a balança comercial acumula um déficit de US$ 5,31 bilhões - o que representa o pior primeiro bimestre da série histórica do Banco Central, que começa em 1959. Nos dois primeiros meses do ano passado, a balança comercial teve um superávit de US$ 399 milhões.

Atraso no registro de importações de combustíveis
Tatiana Prazeres, do MDIC, informou que o resultado de fevereiro ainda tem influência do atraso na contabilização de importações de combustíveis e derivados pela Petrobras. Estas compras, ocorreram de fato, no ano passado. Em fevereiro deste ano, foram registradas US$ 860 milhões em compras de combustíveis do exterior realizadas em 2012. Deste modo, mesmo sem esse efeito, a balança comercial ainda registraria déficit no mês passado.

O atraso na contabilização das importações de combustíveis aconteceu porque, em julho de 2012, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu um prazo de até 50 dias para registro das importações de combustíveis e derivados feitas pela Petrobras. Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Segundo Tatiana Prazeres, ainda serão contabilizados mais US$ 2 bilhões em importações de combustíveis, feitas em 2012, nos meses de março e abril deste ano.

Resultado do ano de 2012
Em todo o ano de 2012, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 19,43 bilhões, o menor saldo positivo em dez anos. Com isso, o superávit da balança comercial registrou queda de 34,7% em relação ao ano de 2011, quando o superávit totalizou US$ 29,79 bilhões.

Expectativa para 2013
Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará nova queda, atingindo cerca de US$ 15 bilhões.

O Banco Central, por sua vez, projeta um superávit da balança comercial de US$ 17 bilhões para 2013, com exportações de US$ 268 bilhões e importações de US$ 251 bilhões. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um saldo comercial positivo de US$ 18,1 bilhões neste ano.

A secretária de Comércio Exterior avaliou que, apesar da crise e do impacto do petróleo no resultado comercial do primeiro bimestre, há sinais positivos na balança comercial. "Chamo a atenção para a recuperação de preço de minério de ferro, para uma safra bastante positiva de milho e soja, e para a recuperação da economia americana. Também há diversificação dos mercados para nossas exportações", declarou ela.





Fonte: Do G1

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