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Sábado - 16 de Setembro de 2006 às 07:48

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Digamos que você leva um minuto para colocar o seu lixo para fora de casa. Nesse curto intervalo de tempo, Cuiabá é capaz de produzir cerca de 0,81 tonelada de lixo. O que corresponde a 1179 toneladas de lixo por dia. No entanto, não há uma única área regulamentada para depositar todo esse resíduo e, tampouco, um lugar que trate o lixo produzido.

Na tarde desta quarta-feira (13), o Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Levy Andrada deu uma palestra no salão de conferências da Secretaria Estadual de Planejamento e apresentou um plano de ação para tentar amenizar tal problema.

O projeto consiste em construir 24 postos de coleta seletiva e mini-centros de tratamento, de 500 m² cada, espalhados em pontos estratégicos de Cuiabá. Os "ecopontos", como foram batizados, receberão resíduos sólidos e recicláveis (entulhos de construção civil, concreto, alvenaria, plástico, vidro e papel). Lixos orgânicos ou domiciliares não fazem parte dessa categoria e continuarão sendo dispensados em lixões pela cidade.

Além de centros seletivos de resíduos, funcionarão no mesmo local, núcleos de educação ambiental. O plano é encaminhar o resíduo já selecionado a duas supostas usinas de processamento de lixo e reciclagem que serão instaladas na capital por empresas privadas. As usinas têm papel fundamental nesse processo: transformar o lixo selecionado em material reciclado como blocos de concreto, aterro e combustível.

Construir um ecoponto por mês, priorizando as regiões mais necessitadas, é a meta do secretário Levy Andrada, que no mês de agosto contemplou o bairro do CPA com um núcleo de tratamento de resíduos sólidos. Segundo o Secretário, o projeto funcionará cem por cento em dois anos. "Os ecopontos são lugares para tratamento de lixo, e não depósitos", esclarece Andrada. o ecopondo do CPA já está funcionando, apesar de ainda não existirem usinas de processamento para encaminhamento do lixo separado.

Em Cuiabá há 95 áreas de depósito de lixo, todas irregulares. Dentre elas, seis agressivos lixões que recebem 35370 toneladas de lixo a cada mês. A implantação dos ecopontos ameniza o problema mas não o resolve, já que o lixo que será tratado corresponde somente a 1% do produzido.

O projeto de implantação de ecopontos já existe em algumas cidades do país como Belo Horizonte (MG), Teresina (PI), Araraquara e São José do Rio Preto (SP). "Cada centro de tratamento custa cerca de 50 mil reais. O objetivo do projeto é facilitar o descarte correto dos resíduos sólidos, entulhos de construção civil, disciplinar e incentivar a redução e a reciclagem. O bom desempenho do sistema está no não armazenamento desse material", alerta Levy Andrada, Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.

Também estiveram presentes na palestra, representantes do Instituto Centro de Vida -ICV, ONG que abriga o Projeto Espaço Vitória no Bairro Jardim Vitória que tem como uma de suas frentes de trabalho, a Cooperativa de Compostagem Orgânica, preparação de composto a partir da mistura de lixo orgânicos e água. Prática que, além de defender a sustentabilidade do meio ambiente, gera renda aos moradores do bairro.

"A Cooperativa de composto foca as atenções no resíduo orgânico e não nos resíduos sólidos, como faz o projeto de Ecopontos. São ações diferentes por mais que ambas visem a reciclagem. No entanto, o ICV tem competência pra trabalhar em parceria com a prefeitura no que diz respeito à educação ambiental", descreve Erder Bispo, Coordenador Técnico do Projeto Espaço Vitória. "É uma iniciativa louvável, apesar de atender uma parte do problema. Uma parte é melhor do que nada. Já é um começo", finaliza Erder.





Fonte: Da Assessoria

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