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Quarta - 28 de Junho de 2006 às 20:50
Por: Nelson Francisco

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A multinacional francesa Michelin poderá ampliar a compra de borracha em Mato Grosso por meio de uma parceria inédita no Estado: adquirir a matéria-prima de agricultores familiares em pelo menos 13 Municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Sócioambiental do Alto Rio Paraguai. A proposta é uma parceria da fabricante de pneus, Governo do Estado, Banco do Brasil e o consórcio que tem personalidade jurídica.

O aval para formalizar o projeto semelhante ao da Bahia foi dado nesta quarta-feira (28.06) pelo diretor do Grupo Michelin, o francês Gérard Bockiau, em reunião da qual participaram o secretário de Desenvolvimento Rural (Seder), Clóves Vettorato, o superintendente do Banco do Brasil, Renato Barbosa, o presidente do consórcio e prefeito de Denise, Israel Antunes (PP), além de técnicos da Seder e da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer).

Pela proposta, será assinado posteriormente um protocolo de intenções entre os parceiros, cuja garantia de financiamento, plantio, cultivo e seleção dos agricultores fechará o elo da cadeia produtiva da heveicultura no Estado gerando milhares de emprego e renda nos Municípios.

“Estamos à disposição para participar desse projeto”, afirmou Gérard, citando a iniciativa baiana que prevê ações integradas de pesquisa, assistência técnica, crédito e capacitação de mini e pequenos produtores no Programa de Desenvolvimento do Agronegócio Borracha no Estado da Bahia.

O diretor da multinacional elogiou o modelo dos consórcios mato-grossenses, os quais estão inseridos no Programa MT Regional. Com a parceria, a Michelin se transformará numa ‘empresa âncora’ da cadeia da borracha. “Vamos dar o apoio necessário incluindo assistência técnica. Gostei deste modelo de consórcio”, disse Gérard.

O secretário Vettorato apresentou ao diretor o modelo de funcionamento dos consórcios, cuja finalidade é contribuir para a diminuição das desigualdades regionais ampliando a participação no mercado dos micros, pequenos e médios empreendimentos urbanos e rurais e a capacidade de geração de emprego e renda nas comunidades locais. “A Michelin é a empresa mais importante nesse momento porque os produtores que entrarem vão ter a garantia de mercado”, disse Vettorato.

O secretário ressaltou a importância das empresas âncoras nas regiões que trabalharam em parceria com os 12 consórcios que serão formados no Estado. “Uma vez que temos a empresa âncora, o banco facilita o financiamento. Estamos estimulando para que os Municípios se reúnam em consórcios. O Estado vai ao encontro das demandas e a nossa função é ajudar a estruturar as cadeias produtivas”, informou o secretário.

Dentro do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil, o superintendente da instituição em Mato Grosso, Renato Barbosa, assegurou que será disponibilizada a linha de crédito para a cultura da borracha no consórcio. “Estamos estimulando a diversificação da produção no Estado para garantir transferência de renda para o produtor. A nossa gestão está focada em gerar alternativa econômica de renda”, disse Renato.

Para garantir a produção contínua, o coordenador do consórcio do Alto Rio Paraguai, Israel Antunes, defendeu a criação de um programa estadual de heveicultura para fomentar o plantio da borracha. Com a experiência de quem há cinco anos implantou um projeto pioneiro em Denise, cuja área plantada com seringueira é de 700 mil pés e beneficia 104 famílias, Antunes é um árduo defensor da cultura da borracha. “É uma atividade altamente rentável para o agricultor. A borracha hoje é competitiva e de alto preço”, disse Antunes.

O consórcio - O consórcio do Alto Rio Paraguai é formado pelos Municípios de Diamantino, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Denise, Santo Afonso, Nova Marilândia, Barra do Bugres, Porto Estrela, Nova Olímpia, Tangará da Serra, São José do Rio Claro e Campo Novo dos Parecis.

Na região, os prefeitos já definiram a implantação das cadeias produtivas da pecuária de leite, seringueira, frango de corte, abacaxi e ovinocultura.

A Borracha – Em 2005 o Brasil produziu 100 mil toneladas de borracha natural ante um consumo de 300 mil toneladas. Mato Grosso tem apenas 36 mil hectares cultivados com seringueira e a produção anual não passa de 15 mil toneladas.O Estado é o segundo maior produtor de borracha no país.

Em Mato Grosso, a cultura da seringueira é uma atividade de reflorestamento que pode ser contabilizada como crédito de reposição florestal. E, futuramente, a heveicultura também poder ser utilizada como crédito de seqüestro de carbono.

Considerado o ‘ouro branco’ do cerrado, a borracha é uma cultura rentável, desde que haja acompanhamento técnico. A seringueira é uma planta que produz economicamente durante 35 anos e no final de sua vida útil as árvores podem ser convertidas em madeira de valor comercial, cujo resultado pode ser usado para reduzir o custo do replantio.

A Empresa - Fundada em 1891, a Michelin é uma das líderes no mercado mundial de pneus, com cerca de 20% de participação no setor. Além de pneus, a empresa também produz câmaras de ar, rodas e cabos, além de editar os famosos guias e mapas turísticos. Os pneus Michelin são utilizados em automóveis, caminhões, motos, bicicletas, tratores, veículos de terraplenagem, aviões e ônibus espaciais da Nasa, a agência espacial americana.

A empresa comercializa seus produtos em mais de 170 países. São 71 unidades de produção, seis plantações de seringueiras, localizadas no Brasil e na Nigéria, e um Centro de Tecnologia com pólos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão.

Também participaram da reunião o secretário-adjunto de Gestão e Agrinegócios da Seder, Fabiano Dall Agnol, o coordenador dos consórcios, Neurilan Fraga, o presidente da Empaer, Aréssio Paquer, o engenheiro florestal e pesquisador da Empaer, Antonimar Marinho, o engenheiro florestal da Michelin, Milto Luiz da Silva, o gerente de mercado e agronegócio do Bando do Brasil, Olímpio Vaconcellos e o coordenador do consórcio da Regiçao Sul, Valquim Félix da Silva.





Fonte: Da Assessoria

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