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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 23 de Junho de 2006 às 08:07

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O prefeito Wilson Santos trocou toda a equipe de maqueiros do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), acusada de envolvimento em esquema de cobrança de propina para favorecer pacientes e de drenar usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) ao atendimento particular, mediante pressão psicológica e omissão de socorro. Um dos maqueiros foi flagrado, por meio de denúncia, após cobrar R$ 10 de um paciente para permitir que furasse fila. Como era contratado, está demitido. O nome do corrupto não foi divulgado.

Os outros funcionários, que são efetivos, estão trabalhando normalmente, mas em outras unidades da saúde pública.

Os maqueiros foram denunciados também pelo gerente de vendas Delamare Malta da Silva, 33. Delamare, que veio de Alta Floresta, onde sofreu um acidente de moto, ficou 13 dias internado no PSMC à espera de cirurgia. Indignado com a demora, relatou à reportagem de A Gazeta, 24 horas antes de morrer por complicações pós-operatórias, que não estava recebendo o devido atendimento e que, diante daquela situação de omissão, acabou sendo abordado por um maqueiro que pediu R$ 8 mil para garantir a cirurgia dele para aquele dia mesmo.

Após denúncia publicada ontem, dando conta que a investigação sobre o caso caminha a passos lentos, o prefeito decidiu destacar um "homem de confiança", José Carlos de Carvalho, para cuidar da sindicância do caso. "Ele tem 30 dias", fixa o prefeito.

Além de demitir e remanejar maqueiros, o prefeito diz também ter destituído a equipe de faturamento do Pronto-Socorro, na gestão da qual o PSMC recolhia apenas R$ 500 mil. "Em 90 dias, este valor subiu para R$ 900 mil e a expectativa é a de que já chegue no próximo mês a R$ 1,2 milhão", espera Wilson Santos, admitindo a existência de "ralos" no setor, pelos quais "o dinheiro do consumidor" estava se perdendo. Em discurso inflamado, o prefeito pediu a médicos e enfermeiros que honrem o juramento que fizeram na colação de grau quando ainda jovens. "Salvem vidas!"

Também avisou que vai verificar a escala de plantão, para, se preciso for, surpreender funcionários faltosos, inclusive de madrugada e me feriados.

Ainda como medida de controle do PSMC, decidiu instalar câmeras em toda a unidade para acionar imagens da dinâmica da unidade do próprio gabinete.

Para justificar o endurecimento da fiscalização, Santos afirma que no PSMC, além de esquemas, há roubo até de medicamentos. Em favor dos funcionários corretos que atuam no PSMC, muitos por paixão, o prefeito lembra que são agredidos diariamente verbal ou fisicamente. "Batem na cara deles, empurram, jogam no chão".

Por fim, propõe mudança no modelo de atendimento do PSMC, que considera equivocado, por não ter estrutura para atender a pacientes da Capital e interior e ainda de Estados vizinhos e a Bolívia, e por ser desumano para os profissionais, sobrecarregados não só pela rotina pesada, mas pela falta de condições de trabalho.





Fonte: A Gazeta

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