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Polícia Brasil
Sábado - 27 de Maio de 2006 às 07:38

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Ex-gerente das factorings de João Arcanjo Ribeiro, Nilson Teixeira revelou aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) de São Paulo, Adriana Ribeiro e Roberto Wider, detalhes que aproximam a justiça da confirmação sobre a ligação entre o "Comendador" e Ronan Maria Pinto, empresário do ramo de transportes que atua em Cuiabá e em Santo André (SP) e é acusado de se beneficiar com o esquema de propina na cidade paulista. Segundo a promotora Adriana Ribeiro, o depoimento de Nilson Teixeira foi "muito bom" para as investigações. Ele confirmou que ouviu falar que Ronan queria vender as empresas de Cuiabá para Arcanjo. Isso para o Ministério Público já representa um avanço, pois Arcanjo vem negando até mesmo conhecer Ronan.

Outro ponto de ligação entre os dois são alguns documentos de empresas que Ronan teria tido participação, por meio da off-shore Roanoake Holding Sociedade Anônima, apreendidos pela Polícia Federal durante a operação "Arca de Noé". Ronan afirmou aos promotores que os documentos uma tentativa de empréstimo na factoring para pagar 13º de funcionários. Entretanto, Nilson negou, gerando contradição. Nilson relatou aos promotores que o contato de Ronan teria sido com a factoring de propriedade do genro de João Arcanjo. "É provável que ele tenha deixado os documentos para que Arcanjo comprasse as empresas. Mas a compra não chegou a ser efetivada", acrescenta a promotora. Para os membros do Gaerco, embora Arcanjo negue conhecer Ronan, assim como o empresário diz não conhecer o "Comendador", é preciso analisar os fatos. A promotora lembra que Ronan chegou a ser dono de 60% dos ônibus em Cuiabá e, diante deste fato, não acredita que os dois não se conheceram. Adriana Ribeiro disse que Nilson Teixeira deu informações restritas sobre a factoring, afirmando não saber como funcionavam as off-shore e como era feita a lavagem de dinheiro. Nilson afirmou aos promotores que a pessoa mais próxima a João Arcanjo era o ex-contador da organização criminosa, Luiz Alberto Dondo Gonçalves. Mas em seu depoimento, Dondo disse que era Nilson quem sabia de todos os negócios.

"Como existem processos apurando este caso, os depoimentos serão um elemento a mais de prova para mostrar a ligação da quadrilha", analisou a promotora. Os promotores não descartam a possibilidade de irem ao Uruguai buscar informações sobre uma possível sociedade entre Arcanjo e Ronan. Os promotores ouviram cinco pessoas em Cuiabá no caso da morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e em crimes de lavagem de dinheiro.

"Todos os depoimentos completaram uma fase que faltava", acrescentou a promotora, finalizando que o depoimento de Ribeiro foi o menos proveitoso porque ele negou qualquer envolvimento e disse que não acompanhava todas as transações de suas empresas. Os promotores ouviram também dois ex-funcionários de Arcanjo que falaram sobre o encontro do "Comendador" com Sérgio Gomes, o "Sombra", que teria pedido a Arcanjo para indicar o pistoleiro para matar o prefeito de Santo André (SP).




Fonte: Gazeta Digital

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