Operação da PF prende dois por suspeita de corrupção no setor elétrico

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, em Brasília, duas pessoas acusadas de envolvimento em crime de tráfico influência em procedimentos administrativos financeiros da Itaipu Binacional e das empresas de energia Furnas, Eletrosul e Eletronorte. A operação Castores da PF cumpre 22 mandados de busca e apreensão e sete de prisão nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e na capital do País.

O esquema foi supostamente montado pelo ex-funcionário da Itaipu Binacional, Laércio Pedroso. Na prática, a quadrilha falsificava documentos públicos para conseguir vantagens no pagamento de serviços e na redução de multas em contratos com a Eletronorte.

Em Brasília, a PF prendeu o assessor parlamentar José Roberto Parquier, que trabalha para o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), e o engenheiro Luiz Geraldo Tourinho. Parquier foi encontrado portanto armas ilegalmente.

Suspeitas

A investigação sobre a quadrilha começou em agosto de 2005, quando a diretoria jurídica da Itaipu Binacional apresentou uma representação criminal que apontava indícios dos crimes de falsificação de documentos públicos e estelionato cometidos pelo ex-funcionário Laércio Pedroso. O ex-funcionário teria montado um esquema de caixa dois durante o governo Collor que perdurou nas administrações seguintes, informou a Polícia Federal.

O Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos) passou a investigar os crimes de falsificação de selos, carimbos cartorários e assinatura de diretores da empresa Lorenzetti em procedimentos administrativos financeiros junto a Itaipú Binacional.

Segundo a PF, o esquema teria participação de diretores da empresa francesa Alston no pagamento de "vantagem financeira" a funcionários públicos em troca, por exemplo, de facilitação na liberação de pagamentos e diminuição de multas em contratos com a Eletronorte.