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Cidades/Geral
Terça - 23 de Maio de 2006 às 09:56
Por: Carlos Eduardo Lemos

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A máfia das “ambulâncias”, que tinha como sede Cuiabá e foi desbaratada no início do mês pela Polícia Federal vendia gato por lebre para as prefeituras brasileiras. Uma prefeitura comprava um ambulância com equipamentos de saúde completa e recebia um veículo básico sem nenhum equipamento. Além disso a Planam, responsável pela venda das ambulância superfaturadas não dava nenhuma manutenção dos veículos. A Controladoria Geral da União constatou que as falhas documentais das empresas dos empresários sanguessugas liderados pela família Trevisan Vendoim continuam inúmeras irregularidades e que as ambulâncias eram vendidas com defeitos. Um exemplo disso foi constatado em Várzea Grande, onde um ambulância precisou ser repassada para a Guarda Municipal por "falta de manutenção adequada", uma ambulância passou a ser usada pela guarda municipal e sem condições para o uso no transporte de pacientes.

A máfia dos sanguessugas não se limitava a vencer licitações de cartas marcadas e a vender veículos superfaturados. Documentos da CGU (Controladoria Geral da União) mostram que a quadrilha repassava às prefeituras ambulâncias cujas portas traseiras não abrem, sem instrumentos médicos básicos e com aparelhos odontológicos com mais de dez anos de uso, entre outras irregularidades.

Periodicamente, a CGU realiza sorteios para fiscalizar os municípios, mais especificamente os gastos das prefeituras a partir de recursos repassados pela União. Ao todo, foram identificados indícios de fraudes em 60 municípios. v A CGU relatou também situações de descaso das prefeituras com as ambulâncias. Veículos parados em estacionamento sem emplacamento, esquecidos em oficinas mecânicas e utilizados para outras finalidades, como servir à Guarda Municipal. Em um dos casos, o dinheiro liberado pela União para a compra de uma ambulância ficou aplicado num fundo de investimento por mais de um ano, dando como resultado prejuízo de R$ 1.735.

No estacionamento

O município de São João de Meriti (RJ) abriu concorrência até 2004 para a compra de 20 ambulâncias, quase todas em licitações vencidas por empresas ligadas à Planam, principal beneficiária das fraudes. Foram gastos ou empenhados, de acordo com a CGU, R$ 2,436 milhões com as unidades.

O órgão concluiu que a prefeitura comprou mais ambulâncias do que o necessário. A CGU fiscalizou, em junho de 2004, 11 ambulâncias, das quais 6 se encontravam num estacionamento da prefeitura. Duas não haviam sido emplacadas, embora tivessem sido entregues havia meses. Outras duas não funcionavam devido ao descarregamento das baterias.

A Controladoria Geral da União constatou também que as portas de trás de dois veículos não abriam, "mesmo depois de muita insistência". Uma das duas ambulâncias não havia sido emplacada. "Portanto, o problema não decorre de sua utilização", escreveram os técnicos.

Eles ressaltaram também que, mesmo com vários veículos parados, havia convênio em andamento para a compra de mais três ambulâncias.

A Prefeitura de Doutor Ulysses (PR) desembolsou R$ 76,8 mil por uma unidade para atendimento dentário vendida pela Santa Maria, apontada como laranja da Planam. Embora o edital previsse instrumentos novos, a unidade foi equipada com aparelhos com dez anos de uso.

Além disso, a CGU concluiu que o mesmo veículo, porém com material novo, sairia por R$ 60 mil ou menos.

Em 2001, Santa Maria Madalena (RJ) recebeu da União recursos para a concorrência de uma unidade móvel para tratamento cardiológico no valor de R$ 96 mil. Em vez de adquirir o veículo, a prefeitura aplicou o dinheiro por mais de um ano, obtendo prejuízo de R$ 1.735.





Fonte: 24Horas News

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