Motoristas e cobradores vão liberar catraca dos ônibus em Várzea Grande

Trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande podem deflagrar nesta sexta-feira, a partir da zero hora, greve por tempo indeterminado. Ontem o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres (Stett) divulgou comunicado informando à população que a paralisação é por causa do impasse nas negociações.

Porém o presidente do Stett, Ledevino Conceição, informou que o movimento grevista nesta sexta-feira será diferente. “A categoria não vai parar. Mas os ônibus irão rodar com a catraca livre e a entrada nos terminais também será liberada”, disse. “Será um brinde em comemoração ao Dia das Mães”, acrescentou. Diariamente, cerca de 300 mil pessoas utilizam o transporte coletivo nas duas cidades.

Os trabalhadores reivindicam a redução da jornada de trabalho de 7h20 para 6 horas diárias, proibição de horas extras, pagamento do adicional de penosidade ou insalubridade de 30% sobre o salário, plano de saúde sem ônus para o empregado, manutenção dos direitos já conquistados e reajuste de 15%. Atualmente, o salário de um motorista é de R$ 1.037. Já o cobrador ganha R$ 750.

Segundo Ledevino Conceição, a categoria rejeitou, em assembléia geral, a proposta dos empresários, que consistia na criação de um banco de horas, contratação de mão de obra terceirizada, criação de uma cooperativa de trabalhadores com salário pago por hora, jornada de trabalho de 7h20 para 6h40 e com duas pegadas (trabalha quatro horas pela manhã e mais duas à tarde, por exemplo) e plano de saúde com as empresas arcando com apenas 2%. “As empresas ofereceram zero de reajuste salarial”, disse.

De acordo com o advogado da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), Pedro Verão, os empresários apresentaram uma segunda proposta prevendo recomposição de acordo com inflação do último período. Pela manhã, os empresários se reuniram para discutir a possibilidade de apresentar uma nova proposta e evitar a greve.

Ledevino Conceição informou que a categoria também aguardava a realização de uma audiência, solicitada pelos patrões, na Delegacia Regional do Trabalho e Emprego (DRTE). Além disso, as administrações municipais de Cuiabá e Várzea Grande foram notificadas a fazer parte das negociações.

O presidente lembrou ainda que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) até o momento não julgou o recurso do sindicato que pede o restabelecimento do adicional de penosidade deferido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 23ª Região.