Deputado José Riva nega dívida com o bicheiro

O deputado estadual José Geraldo Riva (PP) negou, durante entrevista coletiva no final da tarde de ontem, a existência de um débito com o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro no valor de R$ 15,4 milhões em nome dele e do deputado Humberto Bosaipo (PFL).

Se João Arcanjo Ribeiro cobrar a dívida, como prometeu em entrevista, o deputado Riva disse que pedirá na justiça para que ele prove de onde saiu e para onde foram esses milhões. Ainda, diz, pedirá auxílio do Ministério Público para checar a saída desse dinheiro na factoring e entrada em suas próprias contas.

Riva, que compareceu à entrevista ao lado de seu advogado Paulo Taques, disse que ao contrário do que declarou Arcanjo, as 22 notas promissórias apreendidas em poder do ex-binheiro não foram usadas por ele e seu colega Bosaipo para garantir o pagamento de empréstimos.

“Assinamos essas promissórias como caução para que fornecedores da Assembléia pudessem buscar empréstimos nas factoring do João Arcanjo”, argumentou o parlamentar. Riva acrescentou ainda que na época o Legislativo enfrentava problemas para pagar suas contas e, por isso, atendendo aos pedidos dos fornecedores, recorreu a essa medida.

Para reforçar suas declarações, Riva entregou aos jornalistas cópia do depoimento prestado por Nilson Roberto Teixeira, ex-gerente das factorings do ex-bicheiro. No documento, Nilson diz que as promissórias foram dadas como garantia para “possíveis negócios a serem realizadas por fornecedores da Assembléia e que nenhum negócio foi implementado”.

Questionado sobre o porquê da permanência das promissórias em poder de Arcanjo, se a dívida não existia, Riva disse que não sabe por que não foram devolvidas. “Cobramos a devolução pelo menos uma 50 vezes. Eu mesmo cheguei de ligar, mas diziam que não sabiam onde estavam”.

Riva, entretanto, reconheceu que fez negócios com em factorings de Arcanjo. Disse que trocava Nota Promissória Rural (NPR) obtidas com a venda de gado.

O deputado Bosaipo não compareceu à entrevista, como estava previsto. A reportagem também não conseguiu fazer contato com ele pelo telefone celular.