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Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sábado - 29 de Abril de 2006 às 08:29
Por: Marcia Oliveira

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A equipe do delegado titular do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Luciano Inácio da Silva, descobriu que o seqüestro do bacharel em Direito Fábio Machado Marinho nunca existiu. Ele ficou hospedado num hotel do bairro Alvorada, das 19h da terça-feira 25 até a manhã do dia seguinte, quando voltou para casa. Do quarto, ele fez as várias ligações para a sua mãe, na tentativa de conseguir R$ 10 mil. O valor teria sido pedido pelos “seqüestradores”, que exigiriam que fosse depositado na conta de Marinho.

Ontem, durante o depoimento, o rapaz ainda tentou sustentar a história, mas decidiu dizer a verdade quando o recepcionista do hotel foi levado para fazer o reconhecimento dele, no prédio da diretoria da Polícia Civil. No hotel, Marinho deixou uma bolsa com uma muda de roupa, por não ter como pagar pela estadia.

Ao ser questionado pelo delegado sobre o que o teria levado a simular o próprio seqüestro, o bacharel respondeu que ultimamente não estava se relacionando bem com a mãe e queria “dar um tempo”.

A história contada pela família do rapaz informava que ele teria sido seqüestrado por três rapazes encapuzados, dentro da Universidade de Cuiabá (Unic) às 18h. Desde o início o delegado suspeitou que tudo não passava de uma simulação. Acostumado a investigar seqüestros, ele informou que comumente a vítima não conversa muito com os familiares e não dá detalhes sobre suas condições.

“Ele contou que foi pego no fim de tarde, num lugar onde existe um fluxo enorme de gente”, ponderou o delegado.

O delegado afirma que fará um Termo Circunstanciado e encaminhará o procedimento para o Juizado Especial, que decidirá que medida será aplicada no caso. “Vou enquadrar a situação como notícia falsa de crime e vou mandar para o juiz”, informou.

‘Simulados’ são cada vez mais comuns

O delegado Luciano Inácio da Silva informa que casos de seqüestros simulados são cada vez mais comuns. Nos últimos meses três foram investigados. Em cada um deles a fraude ocorreu por motivos diferentes. Num dos casos, a mulher queria fugir com o amante, e tentou tirar dinheiro do marido; no outro um rapaz tinha dívidas e, desesperado, organizou toda a simulação. E num terceiro, a pessoa que forjou os seqüestro tinha problemas com drogas.

O bacharel em Direito Fábio Machado Marinho poderia ser enquadrado no crime de estelionato, mas sua família decidiu que não fará a representação.





Fonte: Folha do Estado

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