Medidas para comercialização e prorrogação de dívidas são paliativas

As medidas para comercialização e prorrogação de dívidas anunciadas pelo governo federal são paliativas e não solucionam a grave situação vivida pela agricultura. A avaliação é do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João de Almeida Sampaio Filho. "O governo se mostra insensível e parece desconhecer o tamanho da crise que passa boa parcela do setor agrícola (áreas de grãos e fibras)."

Segundo ele, o volume de R$ 1,2 bilhão destinado a auxiliar o agricultor durante o período de comercialização da safra é insuficiente. Além disso, ressalta, os prazos de prorrogação das dívidas são curtos (12 meses), as dívidas ficarão encavaladas no próximo ano, repetindo o mesmo quadro que acontece agora com relação a 2005. "O problema do endividamento foi somente adiado, sem sinalização de uma proposta que venha a solucioná-lo."

João Sampaio alerta que, certamente, a área plantada será menor na próxima temporada. De acordo com ele, é preciso atacar questões estruturais que minam a renda no campo, com destaque para transportes, armazenagem, seguro rural, corte de impostos e gastos públicos, além do juro alto e da taxa de câmbio desfavorável.