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Cidades/Geral
Quarta - 29 de Março de 2006 às 16:20

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Uma estatística tenebrosa, levantada pela Polícia Rodoviária Federal nos anos de 2004 e 2005, confirmou a fama negativa da rodovia BR-364, em Mato Grosso. Sozinha, ela supera as BRs-070 e 163 – juntas – em número de acidentes (2.667 contra 2.113) e de vítimas fatais (175 contra 151), só perdendo em total de feridos (1.250 contra 1.441). Um confronto entre esses dados, as condições da “Rodovia da Morte” e as adversidades que lhe são impostas mostram que as faltas de infraestrutura e de recursos, e o excesso de burocracia e de intempéries às quais a BR-364 está exposta representam o grande universo dos problemas que prejudica o desenvolvimento do estado – notadamente na região centro-sul, e empresas, veículos e – mais importante, ainda – as vidas humanas que dependem dela.

Esse entendimento e os dados que o demonstram serão levados pelo deputado José Carlos Freitas (PFL) para uma audiência pública a ser realizada na Câmara de Vereadores de Várzea Grande. O objetivo do parlamentar é mobilizar segmentos sócio-econômicos e abrir uma discussão ampliada em torno dessas questões que envolvem a rodovia..

O trecho que será levado a debate tem 387km e fluxo de 12 mil a 13 mil veículos por dia em uma de suas etapas – o maior índice de média diária (VMD). “O mais importante é que entre 70% e 80% desse total – ou seja, cerca de 10 mil veículos – correspondem a veículos de carga (caminhões, treminhões e rodotrens) com peso médio de 50 toneladas a 60 toneladas”, salientou o coordenador-geral da 11ª Unidade de Infraestrutura Terrestre-Mato Grosso, Laércio Coelho Pina.

“Esse não é o tráfego para o qual nossas rodovias foram projetadas e a situação começou a piorar de forma mais acentuada a partir do desenvolvimento do agronegócio no estado. Essa rodovia – por exemplo – tem idade avançada, volume de tráfego acima da sua capacidade e, pior, com a maioria dos veículos trafegando com excesso de peso, segundo o coordenador da Unit em Mato Grosso”, alertou Freitas.

Laércio Pina confirmou que em todo o estado existe apenas uma balança para pesagem de veículos em funcionamento – na BR-174, em Cáceres. Um segundo posto, nas proximidades da Serra de São Vicente, foi reformado pelo 9º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército (9º BEC).

“O Dnit está licitando a contratação de uma empresa que vai disponibilizar a balança, colocá-la em operação e fazer as manutenções necessárias”, observou o coordenador.

Na 11ª Unit-MT, uma programação de obras mostra que existem vários serviços de limpeza, roçada e tapa-buracos em execução – desmembrados pelos trechos Rondonópolis–Serra São Vicente–Jangada–Posto Gil. “Também há um contrato a ser assinado até início de abril para serviços de sinalização” completou Pina.

Ele explicou que os serviços considerados mais prioritários – como o de pista – acontecem em função dos recursos liberados. Freitas alertou para o trecho mais crítico, entre o Trevo do Lagarto e o município de Jangada (82km de Cuiabá, região centro-sul).

“Ele também foi feito pelo 9º BEC, em caráter experimental, e já atingiu o esgotamento de sua capacidade em função do alto tráfego e da intensidade pluviométrica”, disse o parlamentar, também se referindo a esclarecimentos do coordenador

Para esse trecho, o coordenador do órgão apresentou programação de serviços de restauração completa, incluindo recapeamento, sinalização, construção de 3ªs faixas e recuperação de todo o acostamento da rodovia. “Nesse caso, há licitação com processo em andamento e a obra está estimada em R$ 40 milhões”. A licitação deve ser lançada até junho e o início das obras dependem do andamento do processo.




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