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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 18 de Janeiro de 2013 às 10:14

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O grupo de radicais islâmicos que reivindicou o sequestro de centenas de funcionários de um campo de gás na Argélia disse que farão novos ataques a instalações de empresas estrangeiras no país. Os extremistas dizem que ainda mantêm reféns na instalação, sitiada há três dias.
 

Segundo o Reino Unido e a França, o sequestro de estrangeiros ainda continua, apesar das informações da Argélia de que a ação havia terminado ontem à noite. Pelo menos seis funcionários, incluindo britânicos, filipinos e argelinos, morreram após uma ação militar frustrada do Exército local.
 
Segundo a agência de notícias ANI, da Mauritânia, que tem contato com os sequestradores, os rebeldes exigiram a saída dos funcionários argelinos das empresas, porque "elas podem ser atacadas quando menos se esperar".
 
As informações não podem ser confirmadas de forma independente, pois o grupo terrorista não entra em contato com outros meios de comunicação. Na quarta (16), os radicais islâmicos disseram que a ação é uma represália contra a intervenção francesa no Mali.
 
A situação na região continua confusa. Ainda não é possível determinar com exatidão quantos reféns saíram do campo de gás e quantos foram mortos, assim como as baixas do lado dos terroristas.
 
O governo argelino diz que 600 pessoas fugiram após um bombardeio na quinta (17), mas isso contradiz a informação inicial de que eram 150 cidadãos do país sequestrados. Nesta sexta, o governo francês confirmou que dois reféns do país conseguiram sair do local do sequestro.
 
Dentre os sequestrados, estão cidadãos de Reino Unido, França, Estados Unidos, Noruega, Romênia, Malásia, Japão e da própria Argélia. A nacionalidade dos terroristas ainda não foi confirmada.
 
INCERTEZA

O clima de incerteza sobre a ação também preocupa os governos dos países que possuem reféns na instalação de In Amenas, a 1.500 km da capital Argel. O campo é de um consórcio formado pela argelina Sonatrach, a britânica BP e a norueguesa Statoil.
 
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que conversou com o chefe de governo da Argélia na quinta e que está preparado para más notícias. Ele também conversou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a situação no país africano.
 
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, o governo americano pediu mais informações do governo da Argélia e enviou um avião não tripulado à usina de gás. Fontes da agência de notícias Associated Press dizem que Washington poderia agir mais em vez de observar os desdobramentos do sequestro.
 
O Japão convocou o embaixador argelino em Tóquio para manifestar sua preocupação com o ataque terrorista. O ministro do Interior da França, Manuel Valls, disse que a situação ainda é complicada, mas desaconselhou críticas à Argélia por divulgar poucas informações sobre o incidente.
 
Na noite de quinta (17), o governo argelino disse que "um número importante de reféns foi libertado e um número importante de terroristas foram mortos", mas sem citar números. Na quinta, os rebeldes disseram que 34 estrangeiros morreram e que 15 terroristas foram mortos após o bombardeio do Exército local.
 
O incidente também gera preocupação no mercado de petróleo. A Agência Internacional de Energia subiu sua previsão sobre a demanda de petróleo no mundo e disse que a crise na Argélia, um dos maiores produtores do mundo, provoca uma nuvem negra sobre as perspectivas do setor energético no país.


 

Danilo Bandeira/Editoria de arte/Folhapress  

 






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