Apresentação de danças marcaram o encerramento do 3º grau indígena em Barra do Bugres

Na noite de quinta-feira (16/02), nas dependências da Escola Agrícola, realizou-se o encerramento das etapas presencias da Formação de Professores Indígenas - Terceiro Grau Indígena, com apresentação de muitas danças, livros de autoria dos próprios índios, queima de fogos de artifícios e entrega de troféus nas modalidades esportivas a qual participaram.

O Terceiro Grau Indígena começou a ser ministrado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Barra do Bugres, em 2001, formando professores nas áreas: Ciências Matemáticas e da Natureza; Ciências Sociais; Línguas, Artes e Literatura.

A proposta do curso partiu do coordenador do projeto, Elias Januário, onde os professores-acadêmicos receberam formação superior para poderem atuar diretamente nas aldeias.

Durante este semestre foram 300 professores indígenas de 44 etnias e 10 estados brasileiros que se reuniram pra a etapa presencial. Destes acadêmicos, 200 fazem parte da 1ª turma que se reuniram sempre nos períodos de férias (janeiro a fevereio e julho) durante cinco anos e que encerraram ontem a etapa presencial.

A cerimônia de encerramento das aulas presenciais foi no Colégio Agrícola, às 20:00 horas, contando com a presença de autoridades da região. Porém, a colação de grau será dia 4 e 5 de junho deste ano.

Conforme esclarecimento do coordenador Elias esse é o primeiro curso específico da América do Sul e contou com 44 povos e com 37 línguas faladas. Entre os resultados finais deste período de curso, foram destacados a grande produção de materiais didáticos e de pesquisas, como oitos livros de autoria dos próprios indígenas e outros textos de autores diversos, que foram publicados com apoio do Ministério de Educação, a partir do Programa Brasil Alfabetizado.

O Coordenador Elias lembrou que foi a força e a coragem de cada um que contribuiu para a realização do curso e a publicação dos livros. Além de tudo ressaltou que o mais importante foi conseguir colocar a "interculturalidade" em prática, que é a troca de conhecimento, em que salientou: "A Universidade ensinou,a Universidade aprendeu, nós não-índios ensinamos, nós não-índios aprendemos com os indígenas". A partir do projeto encampado pela Unemat, outros estados brasileiros passaram a abrir universidades indígenas. Hoje cerca de seis universidades indígenas já estão funcionando no país.