Empresário mato-grossense acusado de tráfico de diamantes deve deixar a prisão hoje

Preso desde a última quinta-feira (16) sob a acusação de participar de comércio clandestino de pedras preciosas, o empresário mato-grossense, Paulo Traven, deve sair da cadeia neste domingo. A prisão temporária dele vence hoje e a prorrogação não foi pedida pela Polícia Federal de Minas Gerais, que comandou a Operação Carbono.

Paulo Traven é apontado como o braço direito do líder da quadrilha que traficava diamantes, Hassan Ahmad, que se entregou na última sexta-feira à Polícia Federal (PF) mineira. O empresário mato-grossense, além de fornecer pedras preciosas para a quadrilha, teria feito exportações ilegais em nome de Ahmad.

Segundo a PF, os dois mantinham um relacionamento estreito e, freqüentemente, se falavam por telefone. Na última quinta-feira (16), o RMT Online publicou, com exclusividade, uma imagem de um vídeo feito pela polícia, que mostra um encontro de Traven com Ahmad no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.

Traven teria realizado transações financeiras por contas suspeitas, em nomes de offshores, em paraísos fiscais, que são controladas por doleiros e estão sendo rastreadas pela polícia. O nome do mato-grossense aparece nos registros do MTB Bank, conhecido como "lavanderia" do dinheiro "sujo" vindo, principalmente, da América Latina. Em nome de Paulo Traven, aparecem no MTB Bank duas movimentações datadas de setembro de 1998.

A Operação Carbono apurou que Traven comprava diamantes em reservas indígenas, como a Roosevelt (na divisa de Mato Grosso com Rondônia) e usava certificados falsos para atestar a legalidade dos produtos. O empresário informava ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que as pedras preciosas teriam sido extraídas na área de atuação da SL Mineradora, que tem autorização do órgão.

A SL Mineradora está em segundo lugar no ranking dos maiores produtores de pedras no Brasil, de acordo com relatório de 2005 do DNPM. Porém, segundo a PF, a outra empresa do mato-grossense, a Traven & Rodrigues, continua sem licença do DNPM para lavra no estado, mas estaria envolvida com a venda ilegal de diamantes. (EB)