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Cidades/Geral
Sexta - 10 de Fevereiro de 2006 às 07:54

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A Polícia Civil fará perícia no túmulo e no caixão onde está sepultado o juiz Leopoldino Marques do Amaral, num cemitério de Poconé (100 quilômetros de Cuiabá), para verificar se houve ou não violação. Esses procedimentos acontecerão antes da exumação do corpo do magistrado, que ocorre amanhã, para retirada de amostras do cadáver para novo exame de DNA.

A perícia foi requisitada pelo delegado do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Luciano Inácio da Silva, designado pela Diretoria da Polícia Judiciária para acompanhar o caso. A intenção é verificar se houve violação do túmulo ou, até mesmo, a troca de cadáveres.

Luciano Inácio disse que já instaurou novo inquérito para apurar as declarações da ex-escrevente Beatriz Árias, que em depoimento ao juiz Pedro Sakamoto, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, disse que Leopoldino está vivo, morando na Argentina. Luciano, entretanto, não tomou nenhum depoimento. Em razão das suas declarações, o juiz determinou a exumação do cadáver. Esta é oficialmente a quinta versão apresentada por Beatriz para o crime (veja o quadro). Ela deu ainda outras versões em entrevistas.

O coordenador do Instituto Médico Legal (IML), Celso Serafim, informou que a equipe que fará a exumação será composta de três médicos legistas. Junto com os médicos seguirão para Poconé os dois peritos da Polícia Técnica que vão examinar as condições do túmulo e do caixão.

Segundo o legista do IML Jorge Karamuru, a exumação deveria ter ocorrido na tarde da última quarta-feira, mas não foi possível devido às condições climáticas – choveu muito em Poconé naquele dia. “Não poderíamos correr o risco de fazer a perícia embaixo de chuva”, justificou.

Por telefone, o filho do juiz (do primeiro casamento com Odete Gattass), Leopoldino Marques do Amaral Júnior, 31 anos, afirmou que o novo depoimento de Árias foi um susto para toda a família. “Está todo mundo horrorizado com as declarações e com a possibilidade de exumação”, disse.

Ao comentar que na época foram feitos exames de DNA, que confirmaram que o corpo encontrado na cidade de Concepción, no Paraguai, no dia 7 de setembro de 1999, era realmente do magistrado, Leopoldino Júnior, que mora em Nova Mutum, informou a família também não tinha sido comunicada sobre a decisão.

Segundo ele, os oito filhos do juiz estavam em busca de mais informações, inclusive judiciais, para saber o que poderia ser feito caso a exumação acontecesse sem o conhecimento e sem consentimento da família.

O sobrinho do juiz, José Joadir do Amaral Júnior, morador de Poconé, também acredita que Beatriz Árias, por algum motivo, está inventando esta história. “A gente não acredita. Não tem lógica tudo isso”, disse.

De acordo com Celso Serafim, do IML, embora não seja necessário, a família pode acompanhar a exumação. O exame de DNA deverá ser feito em um laboratório de Maceió (AL).

Beatriz Árias é acusada de ser co-autora no assassinato do magistrado, morto no dia sete de setembro de 1999, no Paraguai. Leopoldino do Amaral era o autor de uma série de denúncias contra desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso relacionadas à venda de sentenças. O homem a quem ele acusava de intermediar a venda de sentença, Josino Guimarães, está denunciado no caso como mandante do crime. O corpo do juiz foi encontrado parcialmente carbonizado, perto de Concepción. Ele foi assassinado com um tiro na cabeça.




Fonte: Diário de Cuiabá

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