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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 19:00

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Aos poucos o Centro Histórico de Cuiabá está retornando à vida com a recuperação e restauração de casarões, igrejas e monumentos que abrigam a história do povo mato-grossense há quase três séculos. Os investimentos, dos governos estadual e federal e também da iniciativa privada, vão possibilitar que somente neste ano sejam entregues sete prédios no centro de Cuiabá, dos quais um já concluído, a igreja Nosso Senhor dos Passos, reinaugurada nesta semana.

Além da parceria nas obras em andamento, a exemplo da igreja de Nossa Senhora do Rosário e Seminário da Conceição, a superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Salma Saddi, anunciou outros projetos que o instituto conduzirá em parceria com o governo do Estado.

São projetos de restauração, levantamento de patrimônio, restauração e recuperação, todos liberados para este ano. Como obra emergencial, o Iphan aprovou a recuperação e restauração e um casarão do Centro Histórico, localizado na rua São Benedito, de um imóvel da Fazenda Real, da Casa da Irmã Dulce, além do inventário dos bens imóveis do Centro Histórico.

“O inventário é um importante instrumento de gestão pleiteado em parceria com o Governo do Estado que dará mais possibilidades de zelar melhor por importante patrimônio cultural”, avaliou Salma.

Dentro dos projetos liberados constam ainda a realização do levantamento arquitetônico das fazendas Jacobina e Flexas, no município de Cáceres, para solicitação do processo de tombamento. Imagens sacras do século XVIII, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, também serão restauradas.

“Além de entregar uma importante obra para a história de nosso povo, o setor cultural tem mais motivos para comemorar a parceria com o Governo Federal”, afirmou o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Ferreira.

Com a gradativa recuperação do Centro Histórico de Cuiabá, a intenção do Governo é aos poucos possibilitar que os imóveis sejam ocupados para abrigar órgãos estaduais, conforme anunciou o governador Blairo Maggi. “Vamos estudar a possibilidade de trazer para cá outros órgãos, a exemplo da Secretaria de Turismo que se instalará no Centro, contribuindo para além da restauração, com a revitalização desses espaços, dando nova vida e garantindo ocupação humana para mais de duzentos anos de história”, assegurou.

Fazenda Jacobina

Núcleo fundador de Villa Maria do Paraguai, atual Cáceres, foi ao longo de sua história a fazenda mais rica da província mato-grossense. Suas terras foram requeridas à Coroa em 1772 pelo português Leonardo Soares de Souza. Este batizou a fazenda como “Jacobina”, devido à alusão que realizava entre os Jacobinos (grupos de revolucionários franceses) e a vegetação rasteira e relva ao redor da fazenda.

Ao longo do século XIX, a fazenda tornava-se cada vez mais opulenta através do comércio de alimentos. Com o fim da escravidão, a implementação de leis trabalhistas por Getúlio Vargas e o asfaltamento da BR 070, a Jacobina foi perdendo importância para a população de Cárceres.

Conta a história que foi da Fazenda que partiram os primeiros ocupantes não-índios da região da Nhecolândia, no Centro-Sul pantaneiro. Nela, se abrigou a expedição Langsforff, em 1827.

Na fazenda estiveram personagens ilustres como o o marechal Cândido da Silva Rondon que, então, centrava esforços na construção das linhas telegráficas. Seus quartos também abrigaram o herói da Sabinada, Sabino Vieira, que doente e condenado ao degredo teria caído nas graças do então proprietário da fazenda, João Carlos Pereira Leite.

Requisitada por escolas e universidades para excursões, a fazenda e a arquitetura que restam em suas dependências retratam grande parte da cultura do Brasil e de sua História





Fonte: Secom - MT

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