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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 09:53

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A grande biodiversidade existente ao longo do rio Xingu e a mobilização da sociedade local em torno da recuperação da região, ocupada pela pecuária e agricultura, foram determinantes para que o Ministério do Meio Ambiente o colocasse na lista de áreas prioritárias para atuação do projeto Manejo Integrado da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos na Amazônia – AquaBio. A informação veio do gerente técnico do projeto, João Paulo Viana, que esteve em Cuiabá, participando da oficina ´´Experiências Locais no Manejo de Recursos Naturais nas Cabeceiras do Rio Xingu”, promovida pelo projeto AquaBio e organizada pelo Instituto Floresta de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável, que também foi responsável pela identificação das experiências.

Durante o evento, que aconteceu na segunda quinzena de janeiro, foram apresentadas 37 experiências locais no manejo de recursos naturais com os seguintes temas: manejo da vegetação (cerrados e florestas), manejo de pastagens, manejo de resíduos sólidos, uso do fogo, recuperação de matas ciliares, turismo e meio ambiente, alternativas econômicas que utilizam de maneira sustentável os recursos naturais (piscicultura, artesanato, produção de mel, produtos não madeireiros, etc.). Participaram da oficina 28 municípios mato-grossenses que fazem parte da bacia do rio Xingu e representantes de instituições de Cuiabá e Brasília. Segundo Marília Carnhelutti, diretora-presidente do Instituto Floresta, as experiências que participaram da oficina apresentam resultados concretos - econômicos, ambientais e sociais - utilizando tecnologias e práticas voltadas para o desenvolvimento sustentável, demonstrando que existem alternativas de produção, inclusive com um baixo custo de implantação.

Para contribuir na conservação e recuperação ambiental da região, o AquaBio vai promover ações estratégicas para a implantação da gestão integrada da biodiversidade aquática e dos recursos hídricos, a fim de internalizar os objetivos de conservação e uso sustentável dessa biodiversidade nas políticas e programas de desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Todas as experiências apresentadas, conforme Viana, podem vir a ser replicadas dentro do AquaBio, uma vez que são alternativas interessantes a recuperação de áreas degradadas e na utilização de forma racional dos recursos naturais. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, com a participação da Unesco, o projeto vai envolver os nove estados da Amazônia Legal, com ações diretas em três (Amazonas, Pará e Mato Grosso), e tem previsão para começar no segundo semestre deste ano.

A princípio serão trabalhados os rios: Negro, Tocantins e Xingu (no caso de Mato Grosso as cabeceiras dos municípios de Querência, Água Boa e Canarana). Viana informou que os dois primeiros rios serão também incluídos pelo fato de terem uma produção pesqueira muito grande e sociedade já organizada para a preservação, o que vai facilitar a introdução do projeto.

O AquaBio vai investir US$ 17,133 milhões ao longo de seis anos, em ações que resultem na conservação da biodiversidade das águas amazônicas. Desse montante, US$ 7,181 milhões são do Global Environmet Fund (GEF), US$ 6,7 milhões, do Governo Federal; US$ 482 mil, do Governo de Mato Grosso; US$ 586 mil, do Governo do Amazonas; US$ 559 mil do Banco Mundial; US$ 1,465 milhões do Rain Forest Trust Fund e US$ 78 mil dos beneficiários.

Viana explica ainda que os alvos do AquaBio são os ecossistemas dos rios amazônicos de águas claras e pretas e suas planícies de inundação. Isso porque contêm uma rica diversidade de flora e fauna aquática de importância global. Para se ter uma idéia, cerca de 58% da bacia amazônica está situada no Brasil. Aproximadamente 30% dos peixes de água doce de rios estão nesta Bacia e sofrem tremenda ameaça como a conversão de áreas inundáveis para agricultura e pastagens, exploração madeireira indiscriminada, mudanças nos regimes fluviais decorrentes de reservatórios hidrelétricos e canais de navegação, entre outros.

Daí o esforço de várias entidades parceiras do AquaBio para promover o uso sustentável da biodiversidade aquática. São elas: O Ministério do Meio Ambiente, os órgãos ambientais dos estados amazônicos e a Unesco. Em Mato Grosso, estarão envolvidos a gerência-executiva do Ibama e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O MMA vai coordenar o projeto em âmbito nacional, com o apoio dos estados. A Unesco, segundo informou o coordenador da área de Meio Ambiente da entidade, Celso Schenkel, será responsável por gerir os recursos nessa primeira fase de preparação, que vai levar cerca de dois anos, e contribuir com cooperação técnica através de capacitação, monitoramento, avaliação e difusão de informações. O primeiro ano de execução do projeto será voltado ao levantamento dos problemas das áreas e para o planejamento das ações dos próximos cinco anos.





Fonte: Campo Novo News

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