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Agronegócios
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 18:33

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Brasília - A missão européia que visitou fazendas, frigoríficos e laboratórios criticou a demora do Brasil em reconhecer o foco de febre aftosa no Paraná, informou hoje o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Jorge Caetano Júnior.

Depois de mais de um mês de suspeita, o ministério confirmou, no início de dezembro, um caso da doença no rebanho paranaense, em fazenda localizada no município de São Sebastião da Amoreira. Outros casos da doença já tinham sido detectados no Mato Grosso do Sul. "Eles criticaram o tempo transcorrido até a notificação do caso", completou o coordenador de doenças da secretaria, Jamil Gomes de Souza.

A missão européia também teria pedido informalmente ao Ministério da Agricultura garantias de que carne proveniente de animais de regiões do Paraná, onde há suspeita de febre aftosa, não será embarcada para o bloco. Depois de mais de dez dias de visitas, os europeus tiveram uma última reunião hoje, em Brasília, com o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel.

Um relatório preliminar com as impressões dos técnicos europeus sobre a situação sanitária do País deve ser elaborado em até 30 dias. Como de costume, no relatório, que depois de elaborado será remetido ao governo brasileiro, os europeus devem pedir mais informações sobre aspectos sanitários e sobre as ações para controle dos focos de febre aftosa detectados no País. Os registros da doença levaram a União Européia a barrar as importações de carne bovina do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Numa avaliação inicial, a missão européia mostrou-se satisfeita com o trabalho feito em Mato Grosso do Sul, onde 33 casos da doença resultaram no sacrifício de 29.719 bovinos, 593 ovinos e caprinos, além de 423 suínos - totalizando 30.735 animais. O primeiro foco no Estado foi notificado em outubro. As fazendas de Mato Grosso do Sul estão sendo preparadas (desinfectadas) para abrigar animais sentinelas, bezerros não vacinados contra a febre aftosa. O objetivo é avaliar se o local está "limpo", ou seja, livre da doença. Dois mil animais serão alojados nessas fazendas.



Paraná No Paraná, a situação é diferente. Em novembro, o Ministério da Agricultura confirmou um foco da doença na Fazenda Cachoeira, no município paranaense de São Sebastião de Amoreira. Até agora os animais não foram abatidos porque o ministério e o pecuarista não chegaram a um acordo sobre a indenização.

Na reunião realizada nesta sexta-feira, os europeus também teriam pedido ao ministério mais informações sobre o novo modelo do Sistema Brasileiro de Identificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). A principal mudança no Sisbov, sistema implantado em 2002, é a criação do conceito de propriedade aprovada Sisbov, ou seja, fazendas que receberão o certificado e poderão vender animais para exportação.



OMC Ontem, o governo anunciou que irá à Organização Mundial do Comércio (OMC) para evitar que, no futuro, o País seja prejudicado por embargos impostos por países à importação de carnes e outros alimentos por questões fitossanitárias. Isso porque, desde que a febre aftosa foi declarada em dois Estados do País, no ano passado, vários governos impuseram embargos contra o produto nacional vindo das regiões afetadas.





Fonte: Agência Estado

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