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Cidades/Geral
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 09:34

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Chegada a época do início dos trabalhos de campo nas fazendas brasileiras, a abertura de vagas no mercado de trabalho sofre uma elevação considerável, principalmente em regiões essencialmente agrícolas, como é o caso de Primavera do Leste. Nem todos, mas a maioria dos produtores contratam “gatos” (agenciadores de mão-de-obra) para o preenchimento das vagas que surgem, em especial para o trabalho braçal. Na tarde de terça-feira, 30, três primaverenses expuseram o problema da falta de vagas para os trabalhadores locais.

José Antônio Alves da Silva, 46, morador do bairro São Cristóvão III, casado e pai de três filhos; Pedro Rosa Pires, 57, morador do bairro Novo Horizonte, separado e pai de quatro filhos; e, Manoel Alves dos Santos, 60, casado e pai de quatro filhos, são trabalhadores do setor agrícola e estão desempregados.

Eles acreditam que pelo menos 1,5 mil primaverenses estejam na mesma situação. “Procuramos o jornal, porque sabemos do alcance dos veículos de comunicação na sociedade. Queremos apenas estender o debate. Estamos cientes de que a mão-de-obra vinda do nordeste, em maior parte do Maranhão, é mais barata. Agora, ajudamos no desenvolvimento de Primavera do Leste, pagamos impostos gerando divisas aos cofres públicos municipais, constituímos famílias e as mantemos na cidade, além de votarmos aqui, mas não sentimos respaldo por parte dos órgãos públicos e ligados ao setor agrícola”, diz Pedro Rosa, que mora há 26 anos em Primavera do Leste. Para exemplificar, os trabalhadores usam a capina do algodão, segundo eles, enquanto cobram de R$ 25 a R$ 30 de diária, os trabalhadores nordestinos fazem entre R$ 10 e R$ 12.

“Realmente o serviço saí mais em conta, mas é preciso levar em consideração que o custo de vida no município é muito superior aos das cidades de Estados do Nordeste brasileiro”, justifica José Antonio, que está há 10 anos em Primavera. Manoel Alves, também há 10 anos residindo no município, diz que os trabalhos para a safra de soja deste ano começaram por volta do dia 6 de janeiro, “e as fazendas da região já estão cheias de pessoas vindas de fora, trazidas por ‘gatos’ que lotam até quatro ônibus para atender a demanda de determinadas propriedades”, comenta.

Os três afirmam que a intenção não é criar uma circunstância desagradável ou desamigável entre eles e os produtores rurais, até porque dependem de uma boa relação para terem oportunidade de emprego, voltando a frisar que a intenção é fazer com que a questão seja levada a um debate envolvendo Executivo e Legislativo municipal, entidades de classe, tais como Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato Rural Patronal, enfim, os que de alguma forma podem chegar a um consenso em relação ao problema enfrentado por eles. “Não exigimos nada, apenas pedimos uma maior compreensão e atenção da sociedade pri-maverense para a questão que tem provocado a dificuldade de sobrevivência dos trabalhadores do setor que moram em Primavera do Leste. Quem sabe não podemos estabelecer cotas, ou mesmo chegar a um valor mais condizente com a realidade dos envolvidos”, acrescenta Pedro Rosa.







Fonte: 24 Horas News

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