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Domingo - 30 de Dezembro de 2012 às 15:15

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 Seis meses foi o tempo necessário para que a juíza responsável pela Primeira Vara de Campo Novo dos Parecis (396km a noroeste de Cuiabá), Lidiane de Almeida Anastácio Pampado, diminuísse significativamente o número de crianças institucionalizadas na comarca. Quando assumiu, em junho de 2012, havia pelo menos 17 crianças internas no Lar da Criança que aguardavam para serem adotadas, destituídas do poder familiar ou ainda reinseridas na própria família. Agora, em dezembro do mesmo ano, existem duas crianças remanescentes das 17 e um bebê que acabou de ser abrigado.
 

“De todas as crianças que estavam internas, somente duas ainda estão na instituição, isso porque estava sendo tentada a reinserção na família, o que já sabemos será impossível. Por conta disso já estamos trabalhando para que elas sejam adotadas e assim vamos dar a elas uma vida normal, o amor e a atenção que elas precisam e ainda vamos zerar o número de crianças que já havia. Ainda tem um bebê que acabou de ser institucionalizado e também sabemos que não terá como ser reinserido, mas até mesmo pelo perfil da criança, será mais fácil encontrar pais adotivos”, ressalta a magistrada.
 
Apesar do pouco tempo que levou para encontrar um lar para as crianças, a juíza explicou que o trabalho realizado foi árduo e exigiu dedicação não só dela, mas também da equipe do gabinete, da secretaria da segunda vara, da equipe psicossocial do fórum e ainda do conselho tutelar. “Foi necessária uma atitude pró-ativa de todos nós para conseguirmos tal feito. Eu chamei a equipe e falei que tínhamos que arrumar uma família para cada criança que estava no Lar, nem que para isso precisássemos trabalhar até mais tarde. A gente buscou a família das crianças, contatou pais, avós, tios, todo mundo que pudesse nos dar uma ajuda, ou seja, nós nos viramos para conseguir o resultado que queríamos”, ressaltou a juíza Lidiane Pampado.
 
Ainda para atingir a meta, assim que tomou posse, a magistrada determinou ao cartório que os processos dessas 17 crianças eram prioritários e tinham que andar com a maior rapidez.  Segundo ela, o trâmite para a destituição do poder familiar é demorado e, caso os processos ficassem tramitando juntamente com os outros casos que existem na secretaria, não teriam resolução tão rápida como tiveram. Atualmente, a Primeira Vara tem competência exclusiva da Infância e Juventude e tramitam na secretaria aproximadamente cinco mil processos.
 
Dentre os casos mais marcantes, a magistrada destaca a história de dois irmãos, um menino e uma menina, que tinham, respectivamente, nove e 11 anos. “Essas são idades já difíceis de conseguir inserir em uma família substituta. Então nós tentamos a reinserção e depois de muito procurar conseguimos encontrar a avó materna da criança a qual teve um estudo psicossocial muito favorável e ficou com as crianças. Ao perguntar por que não tinha ido buscar as crianças antes, ela afirmou que tinha muito medo do pai das crianças e que hoje está mais segura, pois ele está preso. Os dois irmãozinhos passaram quase nove anos no lar”, enfatiza a magistrada, que afirma ainda que histórias como essas trabalham muito o emocional e aumentam ainda mais a vontade de trabalhar em prol do bem estar das crianças institucionalizadas.
 
Campanha de Natal – Depois de todo o trabalho para conseguir inserir as crianças na própria família ou em família substituta, a equipe do fórum, juntamente com a juíza Lidiane Pampado ainda tomaram para si a responsabilidade de ajudar a fazer um natal feliz para as duas crianças institucionalizadas e também para crianças mais humildes da região.
 
Nesse sentido, para as crianças do Lar foi realizada uma festa a qual juntou dois adolescentes institucionalizados no Lar do Adolescente e foram distribuídos presentes e também cestas de natal com panetone e guloseimas as quais foram conseguidas junto aos empresários da cidade. A festa foi realizada no dia 21 de dezembro e foi regada a cachorro quente, pipoca, doces e refrigerantes.
  

Já para as crianças da comunidade os servidores do Fórum fizeram diferente. Com a ajuda dos correios, eles resgataram as cartas escritas para o Papai Noel e que foram entregues aos carteiros. De posse dos pedidos, os servidores compraram presentes com seu próprio dinheiro e devolveram aos correios para entregar para as crianças como se fossem as respostas do Papai Noel às cartas enviadas. Em uma das cartas, uma criança pedia cesta básica para a família a fim de ajudar a passar o fim de ano.





Fonte: Coordenadoria de Comunicação do TJMT

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