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Internacional
Sábado - 29 de Dezembro de 2012 às 16:58

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O mediador internacional da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, descartaram neste sábado que uma mudança de regime no país árabe sirva como garantia para o acerto político do conflito.

"Sob meu ponto de vista, o único problema é que uma mudança de regime não conduzirá obrigatoriamente ao acerto da situação. Embora isso seja o que pensam alguns", disse Brahimi em uma entrevista coletiva conjunta.

Brahimi, que chegou hoje a Moscou para conversas com Lavrov, pediu à comunidade internacional que junte forças e ajude as partes em conflito a normalizar a situação, segundo as agências locais.

"Na Síria é preciso começar um processo político estável (...) Essa é a primeira alternativa. A segunda alternativa só pode ser a "somalização" da Síria, e as consequências em tal caso são fáceis de imaginar", disse.

O mediador internacional advertiu sobre a gravidade da situação bélica em torno de Damasco.

"Se em Damasco houver pânico e um milhão de pessoas abandonarem a cidade, só podem ir a dois lugares: Líbano ou Jordânia. Nem o Líbano e nem a Jordânia podem receber meio milhão de pessoas cada", declarou.

Brahimi acrescentou que a base para o acerto político do conflito deve ser os acordos de Genebra de junho, nos quais a comunidade internacional apostou na criação de um governo de transição.

"O tempo passa e, possivelmente, teremos que introduzir pequenas mudanças nos acordos de Genebra", disse.

Por sua vez, Lavrov afirmou hoje que não é possível convencer o presidente da Síria a deixar o poder.

"(Assad) Repetiu publicamente e em particular (...) que não tem intenção de sair, que permanecerá até o final em seu posto. Não há possibilidade de modificar essa postura", declarou.

Lavrov defendeu o retorno à Síria da missão de observadores da ONU - cuja saída considerou um grave erro - com um notável aumento de efetivo para supervisionar o cessar-fogo.

Além disso, deu a entender que Moscou aceitaria o envio de boinas azuis ao país, embora só se a violência cessar e se todas as partes em conflito aceitarem.





Fonte: AFP

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