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Cidades/Geral
Sábado - 31 de Dezembro de 2005 às 08:04
Por: José Ribamar Trindade

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O pequeno Thiago usou a maconha com porta de entrada para as drogas aos 11 anos. Aos 12 ele viajou na cocaína e antes de completar 13 já estava morto. Em fase de abstenção, Wemerton Aguero Pinto, 22 estava sem dinheiro para comprar basta base de cocaína. Como a mãe dele, Hermínia Aguero Pinto, 48 não tinha, ele acabou por matá-la com mais de 30 facadas. São apenas duas, das milhares de histórias de jovens – homens e mulheres dependentes -, de todas as classes sociais que hoje estão mortos, presos ou perambulando pelo mundo em busca uma identidade e de um caráter perdidos ainda muito cedo.

Do gueto do Altos da Serra, um dos mais pobres e mais violentos de Cuiabá, aos elegantes bares e até mesmo às casas ricas da Capital de Mato Grosso a história e os problemas vêm sempre do mesmo lugar: da droga. A Polícia tem consciência do problema e admite o terrível crescimento da droga por todos os quatro cantos. As famigeradas “bocas” de maconha, cocaína, pasta base e outros tipos de drogas proliferam, uma atrás da outra, deixando pouco espaço para um combate mais direto.

O pai que não acreditava que poderia ter um filho dependente, hoje luta contra uma realidade que impressiona, pois o tempo passou e ele só descobriu – ou já sabia e fazia de conta que não sabia -, quando alguém foi em sua casa e o avisou que o filho estava preso. Foi assim com Laura – nome fictício -, uma menina de 14 anos, nascida e criada no Boa Esperança, bairro de classe média alta de Cuiabá.

“Sua filha está na cela de número 4 meu senhor” - disse um investigar ao pai, obrigado pelos laços de família a comparecer na Delegacia Especializada de Adolescentes (DEA), dias antes da filha ser transferida para o Complexo Pomeri (antiga Fazendinha). Choro, muitas lágrimas deixou cair o pai ao ver a filha de 14 anos, ainda uma menina, quando se fosse uma mulher de mais de 30 anos, suja, com mau-cheiro e descabelada.

O filho de uma família de classe média alta do bairro Santa Rosa começou a furtar em casa e acabou sendo preso por assalto à mão armada. O rapaz que estava cursando Direito virou bandido, justamente para sustentar a dependência da droga. Os colegas dele, também da alta sociedade tiverem o mesmo fim por causa da cocaína.

Não foi diferente com o filho do eletricista do bairro Morada da Serra. Ainda menina, ele começou a usar maconha após sair do colégio e se envolveu em uma gangue aos 15 anos. Aos 16 foi preso pela primeira vez por roubo e porte ilegal de arma e acabou sendo assassinado. O crime aconteceu no bairro Alvorada depois que ele furtou droga em uma “boca”. Ao deixar o local, um dos seguranças o matou com seis tiros, dois deles na cabeça.

As notícias guardam quase sempre as mesmas entonações: “Mais duas pessoas foram assassinadas em Cuiabá”. Uma delas foi executado com seis tiros, dois deles na cabeça. A outra vítima é um menor de apenas 15 anos. Foi assim com Marcos Roberto de Lima, o “Marquinhos”, de 27 anos, que trabalhava como “avião” – passador de drogas -, para um conhecido traficante da região do bairro Planalto. Ele começou usando droga. Não conseguiu sustentar o vício. Começoua roubar e acabou vireando “avião”. Ou seja, trabalhava para o tráfico, mas recebia como moeda uma porção de maconha. Como não conseguiu acompanhar o ritmo das vendas, se atolou em dívida com a “boca” e acabou sendo morto com seis tiros bem próximo do local onde ele trabalhava. Quando a Polícia chegou ao local, “Marquinhos” ainda seguraça seis “cbecinhas” numa das mãos.

O destino do pequeno Edson Fernando dos Santos, de 15 anos também foi o mesmo. O menino levou alguns tiros quando caminhava por uma das ruas bairro Pedra 90, região do Coxipó, na periferia de Cuiabá. Uma briga entre ele e um conhecido “avião”, identificado como “Jefinho”, acabou em morte.




Fonte: 24 HorasNews

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