Pronto-socorro de Cuiabá tem carência até de macas para pacientes

O superintendente do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, Jair de Gimenes Marra, concede hoje uma entrevista coletiva, às 9h, para expor os problemas da instituição e as metas de melhoria no atendimento com a aquisição de equipamentos e contratação de médicos.

Jair Marra também falará sobre o índice de remuneração (gratificação) por procedimentos médicos de alta complexidade.

A inclusão das metas de melhoria no PSMC foi viabilizada pelo remanejamento de R$ 920 mil em emendas na Lei Orçamentária Anual do município, articulada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Cuiabá.

Em fiscalização no PSMC – que realiza todas às segundas-feiras -, o presidente da Comissão, vereador Valtenir Pereira (PSB) constatou uma série de irregularidades graves. A principal delas é a falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, são 10 leitos, quando a demanda exige, no mínimo, 20. Com o déficit, pacientes que deveriam receber atendimento na UTI são instalados provisoriamente no Centro de Reanimação.

Para os funcionários da instituição, a situação é caótica pois o Centro de Reanimação, embora possua o aparato médico necessário, não foi projetado para ser UTI. “O local é insalubre, não conta com protetor de leito, banheiro, entre outras deficiências”, revela um funcionário que preferiu não se identificar.

O PSMC também carece de macas – atualmente são apenas cinco quando a demanda exige 10 –, caixa de material cirúrgico e ambú (máscara de oxigênio). Segundo funcionários, há apenas duas caixas de material cirúrgico para atender toda a demanda do PSMC. O ideal seriam 15 caixas.

A ausência de ambú é mais crítica. São apenas 18 quando a necessidade chega a 50 aparelhos. De acordo com funcionários, um mesmo ambú é usado diariamente por mais de um paciente, devido à falta de aparelhos. Isto prejudica a melhoria das condições de saúde dos pacientes e aumenta o risco de infecção hospitalar.

Durante a coletiva, o superintendente do PSMC fará uma exposição dos itens em que serão aplicados os recursos destinados pela Câmara Municipal. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos, o objetivo é ampliar a estrutura física e humana do Pronto Socorro, que atende toda a Grande Cuiabá e mais 30% de pacientes provenientes do interior.