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Cidades/Geral
Quarta - 14 de Dezembro de 2005 às 08:39
Por: Daniel Pettengill

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A Justiça Federal de Mato Grosso condenou ontem os despachantes Edmilson Mendes a 2 anos e 2 meses e Eronilson Biava e Marcos Pontes Xavier a 2 anos de prisão pelo crime de formação de quadrilha, em processo resultante da Operação Curupira, desencadeada em junho pela Polícia Federal.

Essas são as primeiras sentenças dos processos criminais instaurados contra cerca de 225 pessoas acusadas de crimes ambientais, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos. O trio terá que cumprir as penas em regime inicialmente fechado. Eles já estão presos preventivamente desde o 2 de junho. Outros 9 acusados continuam presos e devem ser sentenciados no início do próximo ano. A Justiça entendeu como procedente as acusações expressas na denúncia do Ministério Público Federal contra os réus. Eles são apontados como membros ativos da organização criminosa que retirava e transportava ilegalmente madeira da região Norte do Estado. Davam suporte técnico a grandes madeireiros, apontados como os líderes do esquema. Para isso, obtinham e comercializavam de forma ilegal das Autorizações para o Transporte de Produtos Florestais (ATPF"s), que davam o "lastro" adequado para que os empresários retirassem grandes volumes de madeira.

Os despachantes também criavam empresas fantasmas. Foram identificadas, de acordo com o MPF, mais de 50 madeireiras inexistentes durante as investigação. A intenção era usar os registros frios para pleitear ATPF"s junto ao Ibama e, posteriormente, vendê-las. Para que o esquema não viesse à tona, os despachantes se aproximavam de servidores do órgão ambiental e os seduziam com propostas de propina. A instrução criminal referente aos outros acusados de pertencer à quadrilha terá início apenas em 2006. Ao todo, a Justiça Federal tem 225 nomes de réus nas 88 partes desmembradas a partir do processo original.

Os primeiros interrogatórios estão marcados para o mês de fevereiro.

No grupo de réus que está em liberdade figura o nome do ex-gerente regional do Ibama Hugo José Sheuer Werle.

Ele chegou a ficar preso por quase um mês na Polinter. Entre as acusações imputadas a ele, está a de recebimento de propina para liberar um projeto de reflorestamento de interesse da empresa São Pedro Agroflorestal no interior do Estado.

A primeira denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal envolveu 193 nomes, mas dias depois mais sete acusados foram incluídos na lista.

Outras 25 pessoas que atuavam em Rondônia foram denunciadas após a Operação Curupira II, deflagrada em agosto.




Fonte: A Gazeta

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