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Cidades/Geral
Quarta - 07 de Dezembro de 2005 às 11:56

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A doméstica Maria Elizandra de Souza, 24 anos, negou ontem que tivesse trocado um filho recém-nascido por uma geladeira e um televisor, em Matupá (250 km de Sinop). Ela deu a luz a um menino, há 14 dias, e disse que a criança foi entregue para a enfermeira Irani Aparecida Ferraz, 41 anos, que reside em Peixoto de Azevedo.

Maria Elizandra disse que não "comprou a criança oferecendo uma geladeira e um celular. Ela quis me ajudar. Soube que eu não tinha condições de criar esta criança e resolveu me dar a geladeira. Eu nem tinha onde guardar comida em casa", diz Maria Elizandra. Ela afirmou que decidiu dar seu quarto filho quando estava no sétimo mês de gestação.

Ela procurou Lilian Santos Silva, que mora próximo a sua residência, e contou que passava por dificuldades e que tinha sido abandonada pelo marido. Segundo Maria, Lilian queria ficar com seu filho e lhe ajudou com comida, remédios e pagou sua conta de energia. "Mas ela desapareceu por uns dias e achei que não voltava mais. Então, soube que a Irani queria uma criança e resolvi dar o menino para ela", descreveu Maria, que nem sabe o nome do filho. "A Lilian voltou e ficou com raiva porque dei a criança para a Irani. Ela queria que eu devolvesse o dinheiro da ajuda que meu deu uns R$ 300", acrescentou. Segundo a polícia, Lilian procurou o Conselho Tutelar de Matupá e relatou o caso. Por decisão judicial, Maria perdeu a guarda da criança.

Maria prestou depoimento, ontem à tarde, na Delegacia de Matupá e disse estar "arrependida" de sua decisão. "Estou com medo. Não pensei que fosse dar nisso. Se fosse para decidir hoje, não tomaria esta decisão. Eu jamais quis vender um filho. Se fosse para vender iria pedir muito dinheiro, não apenas um celular e uma geladeira", defende-se.

Ela deve ser indiciada com base no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente ( prometer ou efetivar de filho ou pupilo a terceiros, mediante recompensa) que prevê pena de um a quatro anos de reclusão e multa. Quem ofereceu dinheiro pode ser condenada a mesma pena, acrescentou o escrivão Renato de Luna Dantas. A enfermeira Irani também prestou depoimento e, de acordo com o escrivão, deve ser indicada no mesmo artigo.

Inicialmente, Lilian não deve ser indiciada. Porém, a polícia ainda não descarta essa questão. O processo deve ser concluído em 20 dias para ser encaminhado ao Judiciário.

A Justiça da Infância e Juventude é quem decidirá com quem o garotinho vai ficar. Um tio de Maria, que é profissional liberal, pretende reivindicar a guarda do recé-nascido. Maria tem outros três filhos: uma menina com 7 anos, outra com 2 e um garotinho que tem 5 anos. A mais velha mora com o avô e a menor com uma tia. O menino está com a mãe.




Fonte: Só Noticias

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