Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 05 de Dezembro de 2005 às 08:02

    Imprimir


Embora não haja estudo que defina um ou vários motivos para o número crescente de mortes envolvendo crianças e adolescentes, pessoas que trabalham diretamente com essa questão observam que a miséria, aliada à falta de educação e de valores morais, colaboram para essa triste estatística.

Na avaliação do promotor José Antonio Borges Pereira, da Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, é preciso adotar imediatamente políticas públicas para acabar com o problema, e ainda assim o resultado será percebido a médio e longo prazos. Entre essas medidas ele defende planejamento familiar, investimentos na educação básica e distribuição de renda.

É certo que famílias mais pobres e com menos educação possuem mais filhos e não têm como criá-los. Pesquisa do IBGE mostra que mulheres que concluíram o terceiro grau têm, em média, 1,4 filho, contra três filhos para aquelas que fizeram o segundo grau, cinco para quem possui primeiro grau e oito para analfabetas. "É preciso implementar programas de contracepção nas camadas mais pobres", resume.

Ele também critica a opção do governo, que aplica a maior parte do orçamento da educação no ensino superior, deixando de lado as creches e a educação básica. "As escolas estão caindo aos pedaços, falta material pedagógico, a educação não tem qualidade, planejamento ou metas", destaca.

Já para o presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA), o médico pediatra José Rubens do Amaral Zaitune, no momento a mudança desse cenário parece um sonho, mas no qual não se pode deixar de acreditar.

José Rubens ainda se impressiona ao saber que hoje a maior causa de morte entre os jovens é a violência. Para ele, o mundo está materialista e é preciso resgatar a espiritualidade.

José Rubens diz que é preciso recuperar a figura do cuidador, seja ele o professor, o sacerdote ou a própria família, mas avalia que a exclusão social é um grande obstáculo para a redução dessa estatística.

Já a delegada de polícia Marise Vale Santana Schmidt acredita que somente através da educação é possível mudar essa realidade, de preferência com escolas de período integral, onde além do ensino crianças tenham acesso a outras atividades. (NV)




Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/331750/visualizar/