Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 05 de Dezembro de 2005 às 08:01

    Imprimir


Diego Marcelo Dias, 17, se encaixa no perfil dos adolescentes que potencialmente podem ser vítimas de homicídio. Estava na fase mais vulnerável da vida (entre 14 e 17 anos), havia parado de estudar, não trabalhava, participava de turmas e já tinha passagens pela Delegacia Especializada em Adolescentes (DEA), onde cumpriu medida sócioeducativa de 45 dias por assalto.

O adolescente havia saído do Complexo Pomeri há uma semana e, segundo a mãe, Ilda Gonçalina Dias, prometeu mudar. "Mãe, não quero mais essa vida".

Diego estava sendo ameaçado de morte há algum tempo. A mãe sabia, mas admite que nunca procurou a polícia ou o Ministério Público para falar do assunto. "Eu estava sempre protegendo, vigiando, nunca imaginei que iria acontecer dentro da casa dele, na minha cama", lamenta a mãe, que encontrou o corpo do filho.

Ilda conta que chegou em casa, no Jardim Eldorado, por volta das 17h. Ao chegar perguntou pelo filho para a filha caçula, que respondeu que Diego dormia. Como chovia muito e ainda era cedo, Ilda, que trabalha como cozinheira, decidiu deixar o filho dormir mais um pouco. Por volta das 19h ela entrou no quarto e viu o filho deitado, tocou nele, achou que estava morto. Gritou pelo marido e tentou ressucitá-lo. Foi só então que passou a mão pelo pescoço dele e percebeu que estava sujo de sangue.

Passado o choque, a filha caçula contou que dois rapazes foram até a casa deles, por volta de 11h, e perguntaram por Diego. A irmã disse que ele estava dormindo e foi para a escola. Retornaram às 16h, fizeram a mesma pergunta e ouviram a mesma resposta. A família suspeita que eles tenham retornado às 13h, horário da morte indicado na certidão de óbito, e atirado de fora da janela, disparando um único e fatal tiro na nuca da vítima. Depois voltaram para confirmar.

Ilda agora quer justiça e que os assassinos do filho sejam punidos. Ela critica a violência dos bairros da periferia de Cuiabá, dominados por gangues, onde a vida de um ser humano pode acabar pela disputa por um isqueiro, como parece ter acontecido com Diego. (NV)




Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/331752/visualizar/